O Ergoskel é usado como uma mochila ajustável que envolve a parte superior do corpo, na região lombar e na parte superior das coxas, levando menos de 90 segundos para ser acoplado ao corpo e apenas 30 segundos para ser removido. O equipamento pesa 2,8 kg e foi projetado para facilitar o manuseio de caixas de até 25 kg. Ele possui embreagens manuais e é acionado quando o colaborador posiciona as mãos sob o pacote.
De acordo com a FM, uma das principais atividades nos armazéns requer que o colaborador movimente caixas de produtos variados ao longo do dia, e essa atividade pode se tornar um risco devido a posturas desfavoráveis. Segundo a autoridade francesa de seguros de saúde Assurance Maladie, uma em cada três lesões no local de trabalho e três em cada quatro distúrbios osteomusculares registrados na França estão relacionados ao esforço físico. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que, em dez anos, o país registrou quase 70 mil casos de lesões por esforço repetitivo.
Antes de elaborar as especificações para o projeto, 20 colaboradores voluntários usaram sensores de movimento e acelerômetros e foram monitorados por 18 câmeras sincronizadas que registraram as manobras e posturas da equipe, permitindo avaliar os impactos da função. Cerca de 85% dos profissionais voluntários afirmaram que foram capazes de realizar seus movimentos normalmente. Os primeiros testes mostram que o Ergoskel reduz em 70% a tensão nas costas e nos músculos superiores.
Inicialmente, a FM Logistic está testando dez dispositivos em cinco armazéns na França. O próximo passo é melhorar ainda mais o protótipo e considerar uma implantação mais ampla, abrangendo as 30 plataformas logísticas que a companhia opera no país.
Anualmente, a FM investe 70 milhões de euros em tecnologia e inovação para garantir cada vez mais agilidade, confiabilidade e segurança às suas operações. Segundo Ronaldo Fernandes da Silva, presidente da FM Logistic no Brasil, assegurar condições de trabalho adequadas à segurança do colaborador é parte do programa de sustentabilidade da companhia, que no médio e longo prazo poderá adotar o exoesqueleto em seus centros de distribuição no mercado brasileiro.