Fluxo em via pedagiada cresce 9,5%

Publicado em
28 de Outubro de 2010
compartilhe em:

Nos últimos doze meses, encerrados em setembro, a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) registrou um aumento de fluxo total de veículos de 9,5% nas estradas pedagiadas sobre o mesmo período anterior. O número em si é expressivo, mas as perspectivas se tornam maiores quando se considera que apenas 7% das rodovias do país estão sob o cuidado das concessionárias. Do total de 215,9 mil quilômetros de estradas pavimentadas no Brasil, cerca de 200 mil km permanecem sob gestão direta de Estados ou da União. Embora as rodovias mais movimentadas do país estejam nas mãos das concessionárias, o negócio de concessões e pedágios ainda é um filão a ser explorado. Ainda mais quando se considera que ao longo desta década o país deve vender 5 milhões de veículos, consolidando-se como um dos cinco maiores mercados automobilísticos do mundo.

"O cenário econômico tem sido importante para os bons resultados das empresas que operam no setor. É só observar os indicadores", afirma Moacyr Duarte, presidente da entidade.

A CCR Concessões de Rodovias, que responde por 1.922 km de rodovias - o equivalente a 12,8% sob administração de empresas privadas - em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, também registra bom desempenho. A receita líquida atingiu R$ 899,7 milhões no segundo trimestre, o que correspondente a um incremento de 22,1% ante igual intervalo de 2009. O lucro líquido, porém, teve retração de 14,1% entre os meses de abril e junho frente a igual período de 2009, para R$ 156,2 milhões.

O fato, segundo o diretor-financeiro e de relações com investidores da concessionária, Arthur Piotto Filho, se deve a custos operacionais e administrativos maiores e aumento das despesas financeiras no período. O movimento nas suas estradas, no entanto, continua em alta. A CCR registrou crescimento de 22,8% no tráfego de veículos no segundo trimestre em comparação aos mesmos meses de 2009. "O movimento de veículos de passeio subiu 4,9%, enquanto o de comerciais aumentou em 18,1%", diz Leonardo Vianna, diretor de novos negócios da CCR.

A OHL Brasil , empresa líder do setor de concessões de rodovias, por sua vez, registrou lucro líquido de R$ 62,5 milhões, aumento de 36,7% no segundo trimestre do ano em relação ao resultado do mesmo período de 2009 (R$ 45,7 milhões). Na comparação com o trimestre anterior, o lucro líquido avançou 11%, quando totalizou R$ 56,3 milhões. A receita líquida somou R$ 358 milhões no segundo trimestre, alta de 24,6%, ante o mesmo trimestre do ano anterior, e acréscimo de 6,4% em relação aos primeiros três meses do ano.

A companhia, que administra 3.226 km de suas nove concessionárias em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, atribui o bom desempenho da receita ao início da cobrança de pedágio nas concessionárias federais. Crescimento do volume de tráfego nas concessionárias estaduais e ao reajuste contratual das tarifas de pedágio nas concessões estaduais e federais também foram outros fatores que contribuíram para esse incremento. Segundo a OHL, pelas vias estaduais, que englobam Autovias, Centrovias, Intervias, Vianorte, passaram 38,7 mil veículos entre os meses de abril a junho, aumento de 12% em relação a igual período do ano anterior. Ao todo, a empresa contabilizou 140 mil veículos.

Dados da ABCR apontam que desde o início das concessões, em 1999, até o ano passado, as concessionárias investiram R$ 19,13 bilhões, com as despesas operacionais atingindo R$ 17,96 bilhões. "Desse montante, R$ 3,1 bilhões foram empregados na melhoria das rodovias em 2009", diz Duarte. No período, foram recolhidos aos cofres públicos R$ 8,2 bilhões em impostos e taxas. Em tributos federais foram R$ 5,9 bilhões e em Imposto Sobre Serviços (ISS) R$ 2,3 bilhões. Os pagamentos ao poder concedente somaram R$ 7,2 bilhões e os encargos financeiros totalizaram R$ 6,3 bilhões.

A ABCR conta com 53 empresas privadas, que atuam em nove estados do país: Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No ano passado, as concessionárias foram responsáveis por empregar 16,5 mil funcionários diretos contra 13,3 mil postos no ano anterior e 11,5 mil em 2007.

Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que "o país tem necessidade de investimentos da ordem de R$ 183,5 bilhões em obras de recuperação, adequação e duplicação, construção e pavimentação, construção de pontes e viadutos. Destes, R$ 144 bilhões são necessários para obras de recuperação, adequação e duplicação de rodovias e R$ 38,5 bilhões na construção e pavimentação de rodovias, o que envolve construção de novos trechos, contornos e acessos." 

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.