Flexibilidade ou robustez

Publicado em
27 de Junho de 2016
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Qual a diferença entre as necessidades do pequeno e do grande forwarder quando o assunto é tecnologia?

Com sede em Londres, a Transport Intelligence publica estudos e pesquisas e promove eventos para discutir a evolução do segmento de logística no contexto mundial. O texto abaixo foi publicado por Ken Lyon, consultor da TI e sócio da empresa de consultoria Virtual Partners, do Reino Unido.

"Soluções ágeis voltadas para pequenos operadores vêm sendo desenvolvidas, contrastando com os processos previsíveis e rígidos de ERP, que se adequam mais comumente às estruturas gigantescas de grandes corporações"

A maioria dos transitários de carga de menor escala já aderiu à tecnologia para gerenciar suas operações, porém isso resultou da necessidade, muito mais do que de um processo estratégico de decisões. Conforme a tecnologia foi avançando, os custos caíram e as ferramentas se tornaram mais amplas.

A variedade de soluções disponíveis, a custos viáveis por meio de adesão a pacotes foi decisiva para mudar as regras do jogo. A maior parte das funcionalidades disponíveis hoje “on demand” já se equipara às soluções desenvolvidas sob medida (e a valores bem mais expressivos) para as grandes corporações, como transportadores, operadores e forwarders multinacionais.

O resultado prático dessa mudança é que os custos operacionais de soluções em nuvem ficaram bem mais acessíveis, e as funcionalidades, que permitem a operação escalonada conforme o volume de atividades, trouxeram enorme flexibilidade à aplicação de sistemas inteligentes.

As novas soluções são geralmente desenvolvidas por meio de ferramentas modernas, possibilitando implementar mudanças ou ajustes sempre que necessário, e com bastante agilidade. E está aí uma das grandes vantagens dos sistemas “de prateleira”, na hora de atender às demandas do cliente por flexibilidade e adaptabilidade à sua cadeia de suprimentos.

Os grandes forwarders, por sua vez, já vêm desenvolvendo soluções customizadas para as suas operações há anos, de acordo com as rígidas – e previsíveis – exigências operacionais do mercado e com as demandas de seus clientes, de modo a viabilizar a operação de grandes volumes de pedidos e embarques. Essas plataformas são geralmente uma mistura de aplicações estreitamente integradas, de manutenção onerosa e difíceis de se alterar.

No entanto, na medida em que a tecnologia continua a nos trazer uma gama cada vez maior de aparelhos, especialmente os portáteis da linha “mobile”, usuários dos sistemas implantados em grandes companhias vão também criando expectativas de poder utilizar as ferramentas modernas em consonância com os sistemas utilizados dentro de sua corporação.

Questões como segurança, interoperabilidade e propriedade de dados se afloram da decisão de flexibilizar ou “aliviar” as plataformas de inteligência de dados. Os serviços de tecnologia utilizados pelas grandes corporações passam pelo desafio de suprir as necessidades do cliente enquanto lidam com um tsunami de demandas diferentes que vão desde o acesso até o aumento da disponibilidade de dados, mais funcionalidades e a administração da obsolescência de sistemas antigos, enquanto se implementam novas bases.

O operador menor, por sua vez, ao usar soluções em nuvem, pode não dispor ainda de acesso às mesmas vantagens da tecnologia desenvolvida sob medida para o seu negócio (e tampouco abrangente como as soluções personalizadas), porém se ele enxergar que consegue obter boa parte dos benefícios da tecnologia a custos significativa menores, com a possibilidade de implantação quase imediata, garantirá para si uma posição bastante competitiva no mercado, podendo até sair-se vencedor.

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