Em menos de 5 anos, a Flexe criou um mercado de espaço de armazenamento com 550 depósitos, com cobertura geográfica melhor do que a da Amazon
Uma startup de Seattle, nos EUA, saiu do nada para oferecer ao comerciantes on-line algo que nem a Amazon faz: entregas de um dia para o outro para quase qualquer pessoa dentro do país.
Em menos de cinco anos, a Flexe criou um mercado de espaço de armazenamento com 550 depósitos, estabelecendo rapidamente uma cobertura geográfica melhor do que a da vasta rede de distribuição que a Amazon demorou décadas e investiu bilhões para construir.
A Flexe fez isso sem gastar um centavo em instalações e já tem 2,3 milhões de metros quadrados de armazenamento, cerca de 25 por cento da capacidade da Amazon, e pretende adicionar 930.000 metros quadrados neste ano.
Os comerciantes reservam espaço de armazenamento através de um site fácil de navegar; a Flexe é essencialmente o Airbnb da armazenagem.
O novo serviço de entrega noturna é muito oportuno porque os comerciantes on-line estão procurando novas maneiras de chegar nos clientes, mas têm poucas opções com a velocidade da Amazon.
E como os produtos estão espalhados por todo o país, as entregas durante a noite podem ser feitas de caminhão em vez de avião, o que barateia o custo.
Marcas on-line, como a vendedora de colchões Casper também prefere a Flexe porque os pedidos são realizados através de seus próprios sites, possibilitando um relacionamento direto com os clientes.
“Você pode obter produtos para seus clientes tão ou mais rapidamente do que através do Amazon Prime a um preço competitivo e o produto vai chegar na caixa da própria marca e não em uma caixa da Amazon”, diz co-fundador da Flexe, Karl Siebrecht.
“Isso é muito importante para as empresas que procuram desenvolver marcas.”
A história da Flexe começou em uma festa de aniversário em Seattle, em 2013. Dhruv Agarwal, que tem um negócio de acessórios gourmet on-line chamado TrueBrands, estava às voltas com o problema de encontrar espaço de armazenamento.
Sua empresa estava crescendo 30 por cento ao ano, mas muitos donos de depósitos exigiam um contrato de aluguel de cinco anos por um espaço que para ele ainda era muito grande ou que logo seria muito pequeno.
Agarwal começou a se perguntar se ele não poderia encontrar espaço de armazenamento sobressalente por alguns meses na hora que precisasse, da mesma forma que os turistas encontram no Airbnb um lugar para ficar por alguns dias.
Os fundadores da Flexe estavam na festa e perceberam que o amigo tinha tido uma boa ideia. No mesmo ano eles lançaram serviços de “overflow”, para quando os varejistas e atacadistas precisavam armazenar mercadoria por períodos curtos.
A Flexe adicionou a entrega de pedidos on-line no ano passado, dando aos operadores dos depósitos a opção de cobrar mais para embalar e enviar pedidos individuais diretamente para as casas dos clientes.
A empresa arrecadou US$ 20,8 milhões, incluindo uma rodada de US$ 14,5 milhões no ano passado, liderada pela Redpoint Ventures, que investiu depois de ficar sabendo de empresas de e-commerce que têm dificuldades para conseguir espaço de armazenamento.
“As startups não sabem quanto espaço necessitarão porque é difícil prever onde elas estarão dentro de um ano ou dois”, disse Ryan Sarver, um sócio da Redpoint.
“O espaço de armazenamento on-demand e o atendimento são uma mudança nas regras do jogo.” A Flexe não quis comentar números financeiros e disse apenas que as vendas cresceram 400% no ano passado.
Para prosperar a longo prazo, a Flexe terá que continuar a expandir sua pegada convencendo os operadores de depósitos que eles podem acomodar outras empresas em intervalos de curto prazo sem interromper seus próprios negócios.
E a startup terá que provar que está à altura dos desafios de operar durante a temporada de compras dos feriados quando o espaço dos depósitos é mais escasso.