Fenabrave prevê queda de vendas no ano

Publicado em
06 de Junho de 2014
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Números divulgados ontem pela Fenabrave, que abriga as concessionárias de carros, confirmaram o aprofundamento na queda das vendas de veículos no país, reforçando no setor a percepção negativa sobre os resultados deste ano.

Depois da baixa de 5,5% dos licenciamentos nos cinco primeiros meses do ano, a associação das revendas decidiu descartar a possibilidade de o mercado, ao menos, repetir os resultados de 2013, quando foram vendidos quase 3,8 milhões de veículos no Brasil.

A entidade vinha trabalhando com dois cenários em suas estimativas: uma indicava a possibilidade de o mercado se estagnar nos volumes do ano passado e a outra apontava recuo de 3,2% nas vendas de 2014. Agora, apenas a segunda tendência está sendo considerada.

Ao comentar os resultados de maio, Flavio Meneghetti, presidente da Fenabrave, manifestou ontem preocupação com o avanço dos estoques - que, segundo ele, já passam de patamar suficiente para 50 dias de venda - e os efeitos da Copa do Mundo, quando o fluxo de consumidores nas lojas deve cair ainda mais. "Se a Copa nos tirar dez dias de trabalho, isso já significa 50% do mercado [de um mês]", afirmou o executivo. "Parece até férias coletivas."

Apesar de números cada vez mais negativos do setor, Meneghetti descartou a possibilidade de o governo lançar mais medidas de desoneração ao consumo de automóveis para reaquecer o mercado. A perspectiva, disse, é de retomada das alíquotas cheias do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de julho.

"Não acredito que o governo tenha condições de colocar mais incentivos à disposição. O governo precisa desses recursos para fechar suas contas", disse o executivo ao responder uma pergunta sobre novos cortes ou a manutenção dos descontos atuais no imposto.

Meneghetti disse que chegou a abordar o tema em uma das reuniões que teve com representantes do governo, mas a resposta foi que "isso não será possível". "O governo já sinalizou que não devemos contar com isso [mais desoneração de impostos]", afirmou.

Na falta de incentivos fiscais, o governo tem articulado com montadoras e o sistema financeiro uma "solução de mercado" para a crise da indústria de veículos. Nesse ponto, o presidente da Fenabrave defendeu medidas para estimular o financiamento de carros, como mudanças de legislação para facilitar a retomada de veículos dados como garantia em caso de inadimplência, alternativa que chegou a ser discutida em Brasília.

 

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