FedEx projeta apertar passo no Brasil após julho de 2014

Publicado em
29 de Novembro de 2013
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Ano passado, a FedEx Express comprou a Rapidão Cometa, empresa de transporte de carga pernambucana, com 50 filiais no país, 145 pontos de distribuição e 84 centros autorizados de distribuição

A FedEx, empresa americana de logística que fatura US$ 42 bilhões por ano, vai concluir no Brasil até julho do ano que vem a integração do que foi a maior aquisição já feita pelo grupo fora dos Estados Unidos, a Rapidão Cometa. Mas a companhia decidiu manter a marca da empresa brasileira por mais tempo, até que todos os processos e tecnologias usados no Hemisfério Norte estejam funcionando plenamente aqui no país, disse ao Valor o diretor de logística para a América Latina da FedEx Express, Alexandre Cecolim, durante visita a São Paulo.

"Está decidido que a marca Rapidão Cometa vai desaparecer. A receptividade à FedEx no Brasil é excelente, especialmente entre os clientes globais. Mas só vamos passar exclusivamente à marca Fedex Brasil quando tudo aqui estiver exatamente como é nos Estados Unidos", disse Cecolim.

Ano passado, a FedEx Express comprou a Rapidão Cometa, empresa de transporte de carga pernambucana, com 50 filiais no país, 145 pontos de distribuição, 84 centros autorizados de distribuição que acessam 5,3 mil localidades no país, com faturamento que superava R$ 1 bilhão em 2011. Junto com a estrutura operacional, a multinacional assumiu 9 mil empregados - ante os 500 que a marca americana empregava no país.

"A integração dessas culturas só não é mais complicada porque as duas empresas já atuavam juntas há cinco anos; porque a Rapidão Cometa era a parceira local", conta o diretor de logística da FedEx Express, Eduardo Araújo, oriundo da firma brasileira.

O treinamento das equipes, com mais de 130 horas, ocorre simultaneamente à expansão da empresa no país. "Vamos crescer dois dígitos este ano e mais em 2014. Serão taxas superiores à média de mercado", disse Cecolim, sem revelar detalhes do faturamento no país.

"Vamos crescer dois dígitos este ano e mais em 2014. Serão taxas superiores à média de mercado", disse Cecolim, sem revelar detalhes do faturamento no país.

A expansão passa pelo aumento da infraestrutura física em mais de 10% em termos de área, hoje com 720 mil metros quadrados. Apenas este ano, a FedEx abriu centros de distribuição em São Paulo (Guarulhos e no bairro de Santo Amaro, na capital paulista), em Pernambuco (Cabo de Santo Agostinho e no Porto de Suape), e no Paraná (Curitiba).

A unidade de Suape é a primeira unidade da FedEx do tipo porto alfandegado - em que produtos importados são processados até serem liberados e transportados para outros centros de distribuição em várias regiões do país. "Os novos centros já seguem um formato que traz ganhos de eficiência", disse Cecolim.

Nesses novos espaços, os corredores entre as pilhas de materiais têm 1,8 metro de largura, 40% menos que nas unidades atuais. Mais produtos em menor espaço é uma das fórmulas da FedEx para cortar custos, acelerar processos e aumentar eficiência sem reajustar contratos.

O executivo da FedEx na América Latina disse que a empresa vai abrir novos centros de distribuição no Brasil para repetir a taxa de expansão de área registrada em 2013. "Já temos os lugares mapeados, mas não podemos revelar para evitar especulação imobiliária."

Outro instrumento da FedEx para crescer no Brasil é a tecnologia. "Ano que vem começamos a oferecer o rastreamento em tempo real de todas as entregas, como fazemos nos Estados Unidos", disse Cecolim. Esse processo é condição para que a empresa lance, na sequência, a entrega com hora marcada, para o consumidor final. "O comércio on- line está no nosso plano de crescimento em 2014."

Além da demanda gerada pelo comércio eletrônico junto às pessoas físicas, a FedEx diz que vai aumentar receitas com os clientes corporativos dos segmentos de tecnologia ("high tech") e saúde ("health care").

Para atender à maior demanda, a FedEx está aumentando a frota de veículos. Este ano, a empresa comprou 400 comerciais leves novos, 50% mais que a encomenda registrada em 2012 para ampliar a infraestrutura e transporte e reduzir a idade média da frota, de 5 para 3 anos.

O executivo da FedEx para a América Latina diz que a empresa vai entregar taxas de crescimento capazes de melhorar a participação do Brasil na operação mundial do grupo. "Basta dizer que a Rapidão Cometa foi a maior aquisição do grupo fora dos Estados Unidos", disse.

O diretor no Brasil, Eduardo Araújo, admite que há gargalos, de regulação e de infraestrutura, que tornam mais desafiador o plano de expansão. "No Rio de Janeiro aumentaram nesta semana a restrição às entregas na cidade. Em São Paulo, ainda podemos usar os [veículos] comerciais leves, mas não sabemos se a lei vai mudar. Nas estradas tem a nova legislação trabalhista que exige as paradas dos motoristas em percursos médios e longos", disse Araújo. "Por isso, temos que redefinir a malha de logística a cada ano."

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