Fazer negócio em SP é difícil, diz estudo

Publicado em
05 de Maio de 2010
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A 3ª edição do estudo Cities of Opportunity, elaborado pela PricewaterhouseCoopers (PwC) e pela entidade Partnership for New York, revela que São Paulo está entre as 21 cidades mais importantes do mundo em termos de desenvolvimento socioeconômico, mas está posicionada em 18º lugar no ranking que leva em conta critérios essenciais para a atração de negócios, à frente apenas de Xangai, Cidade do México e Mumbai, na Índia, e atrás de Pequim, Santiago e Seul.

Os cinco grandes centros que lideram a lista dos melhores indicadores sobre gasto com pesquisa, nível de proteção aos investidores, capacidade de atração de novos negócios, inflação, carga tributária, facilidade para contratar e demitir, poder de compra da população, valor do aluguel para empresas e tempo perdido no trânsito são Los Angeles, Hong Kong, Chicago, Cingapura e Nova York.

Numa pontuação que vai de 1 a 21 para cada item analisado, a capital paulista recebeu nota mínima, por exemplo, na avaliação sobre a facilidade de contratação de profissionais, enquanto Hong Kong, Cingapura e Dubai tiveram nota máxima, Mumbai registrou 17 pontos, Pequim, 10, e Cidade do México, 6. A análise sobre a carga tributária revela que São Paulo precisa fazer a lição de casa: nota 3.

O desempenho é melhor que o da capital chinesa, mas bastante inferior ao de Santiago, que registrou 19 pontos nesse quesito, revelando que o valor dos impostos pagos por empresários na capital chilena é um dos mais baixos entre as 21 metrópoles avaliadas.

No item atração de novos negócios, São Paulo melhora e bate Santiago, Cidade do México, Seul e até a líder Los Angeles com nota 10, conceito considerado mediano. João Lins, consultor da área de governos da PwC, diz que o desempenho da capital paulista na pesquisa é explicado, principalmente, por dificuldades burocráticas.

"Há aspectos de regulamentação que dependem dos governos estadual ou federal, mas tem muita coisa que pode ser resolvida no âmbito municipal em termos de prestação de serviços para facilitar a atração de investimentos e o desenvolvimento da cidade. Por exemplo, quanto tempo leva para fechar ou abrir uma empresa ou a emissão de um alvará", diz.

Em declarações registradas no estudo da PwC, o prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM) diz que busca facilitar a atração de investidores com transparência e parcerias com a iniciativa privada. "Todas as contas da prefeituras são atualizadas diariamente e disponibilizadas para qualquer um e acredito que parcerias público-privadas cria oportunidades especiais, temos vários projetos em andamento", afirma.

Somados os temas econômicos, o estudo Cities of Opportunity analisa 58 variáveis para fechar a pontuação de cada cidade. Os dados são extraídos de agências nacionais de estatísticas, organizações multilaterais como o Fundo Monetário Internacional e institutos de pesquisa privados. Um das exigências para um município figurar no ranking é ter uma bolsa de valores e peso econômico na região onde está situado.

As variáveis estão divididas em dez blocos: capital intelectual, tecnologia e inovação, economia, transportes e infraestrutura, negócios, custo, saúde e segurança, sustentabilidade, estilo de vida e demografia. "A pesquisa confirma a tendência que as cidades vão continuar sendo os polos de desenvolvimento do mundo.

Outra coisa é que dificilmente uma cidade consegue ser boa em tudo, então o estudo indica que a cidade precisa achar sua vocação e endereçar políticas, em conjunto com a sociedade, para resolver problemas históricos crônicos, como educação, transportes e saneamento, no caso de São Paulo", avalia Lins.

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