Falta de projetos de qualidade atrasa melhorias na área de transporte

Publicado em
31 de Julho de 2013
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Nos últimos anos, menos de 20% das obras foram executadas devido aos projetos ineficientes e às obras que não saem do papel.

Com milhões de estudantes voltando às aulas esta semana pelo Brasil, o trânsito deve piorar.

O Governo Federal diz que a falta de projetos das prefeituras atrasa as obras na área de transporte, como a construção de novas linhas de metrô.

Nos últimos anos, menos de 20% das obras foram executadas. A explicação é que faltam projetos de qualidade, essa é a explicação do governo que está esperando propostas bem feitas de municípios com mais de 700 mil habitantes. Um problema são projetos ineficientes, mal acabados. Outro, são as obras que não saem do papel.

Volta às aulas, volta ao martírio. “Tem poucas linhas para vir para cá”, diz uma estudante.

“Tem gente que está deixando de vir para a escola por causa disso, atraso de ônibus”, diz outra estudante.

E o metrô? Atende só a parte Sul da cidade. E nos horários de pico. “Sempre está cheio. Nunca dá para sentar”, declara um estudante.

Transporte que deveria ser priorizado, dizem especialistas. "O metrô em uma cidade grande, mesmo em uma cidade média, ele é o transporte de massa, que torna a mobilidade eficiente. E você precisa de eficiência e de ganhar tempo nas cidades e qualidade de vida”, declara Maria Rosa Ravelli Abreu, professora UNB, coordenadora do programa mobilidade sustentável da UNB.

Pressionada pelas manifestações, a presidente Dilma Roussef anunciou, em junho, mais R$ 50 bilhões para a mobilidade urbana. “Quem tiver projeto mais pronto, e que puder licitar rapidamente, será mais rapidamente atendido e os recursos estarão disponibilizados ainda este ano”, declara Miriam Belchior, ministra do Planejamento.

Atualmente, o país tem 192 obras de mobilidade urbana em andamento, a um custo de R$ 89 bilhões. São recursos da união, estados, municípios e financiamentos de bancos públicos. Entre os projetos, a construção de 259 quilômetros de metrô.

A ONG Contas Abertas analisou o sistema de gastos do Governo Federal e concluiu que menos de 20% do orçamento previsto para as obras de mobilidade foram executados nos últimos anos.

Este ano, a meta é gastar R$ 1,5 bilhão. Mas até agora, foram pagos cerca de R$ 300 milhões. “É uma execução pífia. É uma área extremamente importante que enfrenta graves problemas para que as obras possam efetivamente sair do papel”, diz Gil Castelo Branco, do Contas Abertas.

Segundo o ministro das cidades, um dos principais entraves para que as obras saiam do papel é o licenciamento ambiental. “São obras que têm, por exemplo, problemas de licenciamento. Às vezes você tem mais rapidez para licenciar uma obra viária, onde vai ter vários carros gerando inclusive poluição e congestionamentos, e uma obra de metrô por exemplo, ou de um BRT, você tem dificuldade pra licenciamento”, diz Aguinaldo Ribeiro, ministro das Cidades

Os municípios que apresentaram os projetos querem parte dos R$ 50 bilhões anunciados pela presidente. Até agora, os propostas apresentadas somam R$ 56 bilhões. Elas serão analisadas depois do fim das reuniões com os representantes das principais cidades do país. Não há data para divulgação dos projetos contemplados.

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