Falta de leilão de energia eólica provocará desemprego

Publicado em
02 de Julho de 2017
compartilhe em:

O evento reuniu mais de 800 participantes em Natal - Foto: ReproduçãoO evento reuniu mais de 800 participantes em Natal

A Bahia lidera o movimento entre os estados brasileiros pela realização de pelo menos um leilão de energia renovável ainda neste ano. O assunto foi o tema central das discussões no 9º Fórum Nacional Eólico encerrado nesta quinta-feira, 28, em Natal, no Rio Grande do Norte. O evento reuniu mais de 800 participantes e representantes de estados do Nordeste, Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Chesf e Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pelos leilões de energia.

Mais de dois terços das operações do setor eólico nacional estão concentrados na Região Nordeste. Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco lideram o ranking de empreendimentos instalados e continuam atraindo novos investimentos.

“O governo do Estado da Bahia junto com os outros estados do Nordeste e ABEEólica, vêm se esforçando desde o final do ano passado em prol da realização de leilões de energia eólica”, afirmou Paulo Guimarães, superintendente da secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia.

Segundo ele, a Bahia atingiu a liderança na comercialização de projetos graças à estrutura montada no governo para dar apoio aos projetos, resolvendo questões como falta de licença ambiental ou regularização fundiária, levando o estado de zero à liderança na comercialização em poucos anos.

Guimarães alertou que o problema é econômico e social, porque a falta de leilões impede a geração de milhares de empregos na região do semiárido. “A Bahia tem toda uma cadeia produtiva consolidada com a geração de mais de três mil empregos gerados somente na indústria. “, declarou. Dados da ABEEólica mostram que, em média, a cadeia produtiva gera 15 empregos por MW, o que significa milhares de empregos principalmente no período de construção dos parques na região mais pobre da Bahia e do Nordeste.

Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica, afirmou que a eólica é a segunda fonte mais competitiva e será a segunda da matriz em breve. “A eólica e? hoje a energia mais barata do país. No ano passado, apesar da crise, nós crescemos 23%. É preciso contratar energia. Existem projetos prontos para investir, basta fazer os leilões. Hoje nosso desafio maior está em Brasília. O governo precisa publicar uma portaria marcando um leilão ainda este ano”, enfatizou.

Segundo Guimarães, “Nós temos três das maiores montadoras de aerogeradores do mundo. Fabricantes de torres e pás eólicas, e todo esse setor está ameaçado. O mesmo vem se mantendo com alguma expectativa do leilão para ainda este ano e com exportações. A GE Wind, que adquiriu a Alstom, acabou de fazer exportações para Japão saindo pelos portos da Bahia, mas isso não pode perdurar por muito tempo”.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.