Falta caminhões para escoar a safra de soja em Mato Grosso

Publicado em
25 de Março de 2010
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Com a colheita da soja a pleno vapor em Mato Grosso, as estradas estão cheias de caminhões. Se por um lado o produtor está satisfeito com a safra que está maior este ano, por outro reclama dos gastos para transportar a produção. O preço do frete subiu em média 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
O produtor Sérgio Mattei já colheu 60% dos 18 mil hectares de soja no sul do Estado, mas encontra dificuldades para retirar o produto da fazenda. "Não estou encontrando caminhões. Quando encontro o preço é muito alto", diz.

Para transportar uma carga de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, até o Porto de Paranaguá, no Paraná, o agricultor paga uma média de R$ 170 por tonelada. Invertendo em sacas de soja, significa que ele gasta R$ 10,20 por saca transportada. A saca na região está saindo por R$ 26,80. Portanto, o produtor gasta com o frete 38% do que ganha com a venda da soja.

Entre outros fatores, o frete está alto por causa da má condição das estradas no Estado de Mato Grosso. Para complicar a situação, muitos armazéns estão lotados com grãos da safra passada.

Sem ter onde guardar a produção, quem está colhendo soja tem pressa para vender. A safra de soja aumentou em todo o país e a concorrência tem inflacionado o frete.

Apenas em uma transportadora da região são 120 carretas. O número está sendo insuficiente para atender aos pedidos. "Houve uma demanda além do esperado na safra, então alguns clientes não foram atendidos", diz Adelino Bissoni, dono de transportadora.

O diretor da ATC, Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso, afirma que as empresas não tiveram como segurar os preços e reconhece que a quantidade de veículos não é suficiente para atender à demanda.

"Em outras regiões também tivemos super safra, isso fez com que os caminhoneiros que vinham fazer a safra em nosso Estado acabassem ficando nas outras regiões, onde os fretes estão mais atrativos. O diferencial é que nas outras regiões eles têm uma logística melhor e estradas melhores. Então, acabam incentivados a trabalhar em outros Estados", esclareceu Miguel Mendes, diretor da ATC - MT. 

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