Fabricantes de reboque descartam recorde de produção este ano

Publicado em
11 de Fevereiro de 2014
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Apesar do ano recorde registrado em 2013, a indústria de reboques está pessimista para 2014, mesmo com a projeção de crescimento de 5% para o mercado de caminhões (as duas atividades são intimamente ligadas). De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), a expectativa é de queda de 5,4% da produção neste ano, puxada pelo segmento pesado.

"Temos uma postura bem conservadora para 2014. Acredito que vamos andar um pouco para trás", afirma o presidente da Anfir, Alcides Braga.

O executivo explica que os reboques e semirreboques (usados em caminhões pesados) sofreram uma certa antecipação de compra em 2013, uma vez que o setor usufruiu de condições especiais do financiamento do BNDES para a compra de bens de capital (Finame). Por isso, neste ano, a queda no segmento pesado deverá ser de 10,94% em relação a 2013.

Segundo Braga, os motivos que sustentam a previsão pessimista da entidade giram em torno, basicamente, do aumento das taxas do Finame e eventos como Copa do Mundo e eleições. "Estamos preocupados com essas interrupções, que podem desviar o foco do apetite de compra dos empresários", destaca Braga.

As novas condições do Finame, de acordo com a Anfir, devem impactar sensivelmente os negócios no setor. Durante todo o ano passado, as taxas de juros foram consideradas muito atrativas (entre 3% e 4%) e o financiamento cobria 100% do bem de capital. Em 2014, as alíquotas subiram para 6% e será exigida uma entrada de 10% para pequenos e médios e 20% para grandes empresas.

"O raciocínio é de que será um ano difícil para o segmento", ressalta Braga. Já na linha leve, espera-se que a queda seja bem menor, de 2,64% na mesma base de comparação.
"A expectativa de aquecimento do comércio de bebidas e eletroeletrônicos pode contribuir com as vendas de carrocerias sobre chassis, que transportam estes itens", diz Braga.

Em 2013, os emplacamentos de reboques e semirreboques cresceram 33,56% em relação a 2012. Já em leves, houve queda de 18,06% na mesma base de comparação. "Carroceria sobre chassi foi a grande decepção do ano", diz Braga, que explica. "Pequenos e médios, maiores consumidores do segmento, têm pouco acesso ao BNDES", diz.

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