Brasil desponta na preferência dos empresários e lidera as vendas acima de países europeus e dos EUA.
Sucesso de vendas na Europa, a montadora de caminhões DAF entrou oficialmente no mercado brasileiro de veículos pesados em outubro deste ano. A empresa marca presença no 19º Salão Internacional do Transporte – Fenatran - e apresenta aos visitantes o seu principal produto, o extrapesado XF105. O caminhão e outros modelos ficam expostos aos visitantes até o fim do evento, na sexta-feira (1º).
A DAF investiu R$ 320 milhões em sua primeira fábrica instalada fora da Europa. Sediada em Ponta Grossa (PR), ela deve produzir 10 mil caminhões por ano para abastecer o mercado brasileiro e latino-americano. “Nossas concessionárias terão o mesmo padrão europeu e queremos oferecer um serviço de ponta aos brasileiros, um produto robusto, com tecnologia e confiabilidade”, disse o presidente da DAF Brasil, Marco Antonio Dávila.
Segundo Dávila, este é o começo de uma relação de longo prazo, cujo objetivo é atingir 10% do mercado de extrapesados em cinco anos. O otimismo da DAF com o comércio brasileiro de caminhões também é percebido nas outras montadoras. Durante as coletivas de imprensa da Fenatran, os líderes das multinacionais afirmaram que confiam no crescimento do país e apostam alto nas vendas para 2014.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) confirmam que o mercado de caminhões no país está aquecido – as vendas devem aumentar, em média, até 10%, em relação a 2012. Os segmentos de mercado que mais adquirem implementos rodoviários são agronegócio, construção civil, infraestrutura e transporte de combustíveis e de produtos perecíveis. Em 2012, o setor faturou R$ 8 bilhões e gerou mais de 70 mil empregos diretos e indiretos.
A Mercedes-Benz já comemora o aumento das vendas em 2013. Segundo o presidente mundial da companhia, Stefan Buchner, a procura por produtos da companhia aumentou 12% de janeiro a agosto deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado – 88 mil unidades para 99 mil. O bom resultado contrasta com a queda de 7% das vendas nos Estados Unidos. No Brasil, a meta é fechar 2013 com crescimento de 10%, enquanto na Europa, por exemplo, a recessão deve ser de 5%.
“O Brasil é o maior mercado de caminhões da Mercedes-Benz no mundo, seguido pela Alemanha, Turquia e França. O país tem um importante papel, por isso continuaremos investindo em excelência e em alta performance com baixo custo operacional. Estamos otimistas e vamos trabalhar por resultados cada vez melhores”, explicou Buchner.
A Mercedes-Benz do Brasil irá investir aproximadamente R$ 1 bilhão no biênio 2014 e 2015 em suas fábricas de caminhões e ônibus no Brasil. Os recursos serão destinados à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, nacionalização da linha de caminhões extrapesados, otimização de processos e modernização de áreas de produção. Também compõem esse forte plano de investimentos projetos de cunho social e ambiental.
Confiança
Fabricante do Hi-Way, considerado o “Caminhão no Ano” em 2013, a Iveco trouxe a tecnologia de produção do veículo para a fábrica instalada em Sete Lagoas (MG). Foram mais de 150 mil horas de trabalho e R$ 100 milhões investidos para começar a produção. “Fizemos um esforço para nacionalizar o produto e adaptá-lo à realidade brasileira. Foram realizados testes em mais de dois milhões de km nas estradas do país”, explicou o diretor de marketing da Iveco, Christian Gonzalez.
De acordo com Gonzalez, a meta é trazer o que há de mais moderno para os transportadores brasileiros. Motivos para tanto otimismo não faltam - a safra agrícola brasileira vai bater recordes e obras de infraestrutura de grande porte sairão do papel dos próximos anos. “Nossas vendas estão acima das expectativas. Toda a produção de 2013 do Hi-Way foi vendida em apenas dois meses. Temos plena confiança no mercado brasileiro”, comemorou.
Feira mundial
Uma das cinco maiores feiras de transporte do mundo, a Fenatran prossegue até sexta-feira (1º de novembro) com a expectativa de milhões em negócios na área de veículos e serviços destinados aos transportadores de cargas e operadores logísticos. Mais de 60 mil pessoas – número recorde de público - devem visitar os stands dos 376 expositores, que representam 15 países.