A demanda por máquinas de construção rodoviária e por equipamentos pesados em geral cresceu no Brasil no ano de 2013. A indústria fabricante de equipamentos viários, de construção em geral e agrícolas superou pela primeira vez em sua história a marca de 100 mil unidades produzidas no país.
Foram 100.500 máquinas produzidas no Brasil, o que significa um crescimento de 20% frente às 83.700 unidades produzidas em 2012.
O crescimento foi impulsionado pelo novo programa de concessões rodoviárias, junto ao programa de aquisição de máquinas pelo governo federal (PAC Equipamentos) e o financiamento a taxas favoráveis para equipamentos feitos no país (o selo Finame do BNDES). Obviamente, a continuidade das muitas obras de infraestrutura relacionadas aos eventos esportivos também contribuíram.
Pode-se dizer que a maioria dos fabricantes instalados no Brasil se beneficiaram de alguma forma desses avanços. A Ciber Equipamentos Rodoviários, filial brasileira do Grupo Wirtgen, teve um crescimento de 44% em suas vendas no ano de 2013. A Volvo ampliou seu marketshare no Brasil, passando em 10,3% para 11,8% ao longo do ano. A filial brasileira da empresa sueca percebeu o bom momento e anunciou vários lançamentos recentemente no país, a maioria dedicada à construção rodoviária.
A britânica JCB é outra que se beneficiou muito da compra governamental pelo PAC Equipamentos. Desde o começo de 2012, a JCB vendeu mais de 2,3 mil máquinas ao governo federal, que as entregou a cidades com menos de 50 mil habitantes para apoiar manutenções gerais e pequenas obras.
A chinesa Sany também cresceu muito no segmento de guindastes, e depois de vender mais de 200 unidades desses equipamentos no país, é dona de 35% do mercado brasileiro de guindastes.
A New Holland também aproveitou a oportunidade, e até agora vendeu mais de 1,6 mil máquinas ao governo federal. Por sua vez, a Case Construction registrou novo recorde de vendas no Brasil em 2013, alcançando a marca de 4.460 equipamentos de construção vendidos no país, ou 1,1% mais que no ano anterior.
O ânimo do setor está fazendo com que outras grandes marcas queiram se estabelecer no Brasil para aproveitar as oportunidades. É o caso do recente anúncio da John Deere e Hitachi, que juntas abriram duas novas fábricas no Brasil para produzir equipamentos de construção.
Mas para ter sucesso no Brasil, os fabricantes de equipamentos devem ter a produção dos mesmos por aqui. O país exige porcentuais mínimos de produtos nacionais em cada equipamentos para conceder o selo Finame, do BNDES. Com o selo, o consumidor final pode comprar o equipamento com um financiamento facilitado.