Estudo da CNT revela os maiores gargalos do Brasil na área logística

Publicado em
03 de Novembro de 2010
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O diagnóstico dos problemas enfrentados pelo Brasil no setor logístico já foi feito pela Confederação Nacional dos Transportes. O Plano CNT de Logística corresponde a um conjunto de propostas de projetos de adequação, construção e recuperação da infraestrutura de transportes.

Foram priorizadas a intermodalidade, a conexão com os países da América Latina, a acessibilidade aos pontos de exportação da economia brasileira e a integração entre as zonas de produção e de consumo interno. Todas as propostas de projetos têm como objetivo oferecer melhores serviços aos operadores de transporte, aumentar a qualidade do serviço prestado aos usuários, diminuir custos empresariais, bem como a emissão de poluentes.

O plano é didático: sustenta que a demanda por bens movimenta a cadeia produtiva, que vai desde a obtenção de matéria-prima até o consumo, passando pela produção e comercialização. Nesse contexto, a logística representa o processo de planejamento, operação e controle do fluxo de produtos, por meio do uso intenso de informações, de modo a oferecer a exata quantidade de mercadorias a custos mínimos nos locais e períodos definidos.

De acordo com outro estudo, feito pela Coppead/UFRJ, os custos logísticos no Brasil são próximos a 12,6% do PIB, ou R$ 380 bilhões. O item de maior representatividade foi o transporte, com 7,5% do PIB. Nos Estados Unidos, os custos logísticos representam 8,6% do PIB, ou seja, R$ 2,64 trilhões. O custo de transporte representou 5% do custo logístico total.

No transporte rodoviário, diz a CNT, "verifica-se grande incidência de casos de rodovias em precárias condições de conservação e funcionalidade, o que aumenta a quebra mecânica dos veículos e ocasiona graves acidentes com elevado número de vítimas. A idade média da frota no transporte rodoviário é muito elevada, fato que contribui para uma grande emissão de poluentes". Quando falam do transporte marítimo, sustentam que "os portos vêm enfrentando problemas relacionados ao impacto e à pressão da urbanização sobre essa infraestrutura. Há ainda dificuldades na acessibilidade de veículos terrestres à área portuária.

SNA: governo de Dilma Rousseff deve investir em logística  (Agência Brasil )
 
O futuro governo de Dilma Rousseff terá de equacionar um grave problema para garantir o dinamismo do setor agrícola nacional. "É a logística", afirmou hoje (1º) à Agência Brasil o vice presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Joel Naegele. "Isso importa em substituir o transporte rodoviário, que é o mais caro, por transporte ferroviário, fluvial e marítimo. Esse é o grande problema".

Segundo o executivo, a produção agrícola brasileira é mais competitiva que a dos Estados Unidos ou da Argentina. Observou, contudo, que na hora em que o produto sai da porteira da fazenda, o produtor começa a perder. O transporte é feito por caminhão, as estradas são ruins e o produto demora a chegar ao destino. "Ele perde tudo que ganhou produzindo bem quando põe o produto na estrada. O grande gargalo da agricultura é logística de transporte".

Naegele citou a Ferrovia Norte-Sul, com extensão total de cerca de 6 mil quilômetros, cuja obra começou em 1987 e ainda não foi concluída. "Vai passar por estados altamente produtores, como Goiás e Tocantins, e o fim dessa ferrovia é o porto. Então, você começa a resolver o problema. Vai dar muito mais lucro, sem precisar aumentar preço. O produtor vai ganhar no transporte, porque o transporte rodoviário está matando a galinha dos ovos de ouro, que é a produção agrícola brasileira", disse Naegele.

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