Promotoria questiona papel da Artesp, a agência reguladora das rodovias concedidas no estado de SP
O Ministério Público de São Paulo vistoriou as estradas que cobram pedágio no estado e concluiu que o preço é o mesmo que é cobrado em países desenvolvidos, mas as rodovias estão em condições precárias e sem segurança.
A Artesp, que é a Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo, paga R$ 100 milhões para uma consultoria vistoriar as estradas.
Na Rodovia Marechal Rondon, uma estrada importante que liga são Paulo ao Mato Grosso do Sul, o pedágio custa a partir de R$ 7,20 para carros de passeio, mas os motoristas reclamam da pista, que tem buracos.
“Eu venho de Penápolis e vou à Lavínia. São 120 km e 3 pedágios, eu gasto R$ 100,20 ida e volta. Não é rodovia ruim, mas os buracos, cabeceira de ponte. Eles tampam os buracos e deixam uns pedaços que dá uns solavancos, cabeceira de ponte força o caminhão. Pode estourar pneu, mola, essas coisas”, afirmou o motorista Silvio de Aguiar.
“Quando dá o solavanco, dá um soco nas costas e atrapalha o rendimento do motorista porque ele fica o dia inteiro sentindo dores nas costas relacionado a tanto solavanco em cabeceiras de ponte e trepidações no dia a dia”, afirmou o motorista Antônio de Souza.
No sistema Anchieta/Imigrantes a baixa visibilidade é apontada como o maior problema. Em 2011, 300 veículos se envolveram em um acidente na rodovia que estava coberta de neblina. Segundo dos técnicos do Ministério Público, as medidas tomadas até agora são insuficientes para evitar novos acidentes.
Na Rodovia dos Bandeirantes, a depressão na pista e trepidação dos veículos são problemas apontados no revestimento do asfalto. Segundo especialistas, essas condições comprometem a segurança dos usuários.
Já na Rodovia Castello Branco, os técnicos notaram a falta de cuidados com o canteiro central que está em processo de erosão. Também foram encontrados bueiros encobertos pela vegetação, remendos mal feitos na pista e acostamento sem revestimento.
Na Rodovia dos Tamoios, as legendas marcadas no pavimento deveriam ter sido apagadas após a construção da passarela. Em outra parte, tinha deslizamento de terra.
O promotor Silvio Marques diz que as estradas que cobram pedágios em São Paulo não podem ser comparadas com aquelas onde não há pedágio, mas com as estradas de outros lugares do mundo.
“Estamos verificando a situação de estradas em outros países, onde o pedágio tem o valor semelhante ao nosso, e lá as estradas são realmente muito boas. Aqui temos um valor de pedágio muito alto para um serviço muito mal feito, as estradas estão cheias de buracos, de ondulações com sinalização precária em alguns pontos e a segurança em alguns pontos de algumas estradas está deixando a desejar”, afirmou ele, que também questiona o papel da Artesp.
A Artesp disse que não teve acesso ao relatório para se pronunciar e que o trabalho de fiscalização das rodovias estaduais sob concessão é feito diariamente para manter os níveis de excelência exigidos no contrato.
As concessionárias AB Colinas, que administra a Castello Branco, e o Grupo CCR AutoBan, que administra as rodovias Anhanguera e Bandeirantes, disseram que não tiveram acesso ao relatório. A concessionária Tamoios diz que não foi notificada e não irá se pronunciar.
O Sistema Ecovias, que administra as rodovias Anchieta e Imigrantes, disse que não tem conhecimento sobre o relatório e que cumpre rigorosamente as obrigações contratuais.
Já a ViaRondon, que administra a rodovia Marechal Rondon, diz que vai iniciar a intervenção para a recuperação do pavimento e que é a segunda vez que isso ocorre desde o início da concessão.
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https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/estradas-pedagiadas-de-sp-estao-em-condicoes-precarias-e-sem-seguranca-diz-relatorio-do-mp.ghtml