Os atacadistas distribuidores estão se articulando para enfrentar uma série de questões atinentes ao setor, um dos mais produtivos e dinâmicos da economia nacional.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Carlos Eduardo Severini, o maior gargalo enfrentado pelo segmento está na falta de investimentos nas estradas, que têm poucas condições de trafegabilidade e, com isso, prejudicam o escoamento dos produtos.
Ele aduziu que é pequeno o montante de estradas pavimentadas, o que dificulta enormemente o atendimento aos cerca de 5,6 mil municípios do país.
O processo de interiorização, de chegar aos pontos de vendas, sofre prejuízos para chegar aos comerciantes, dificultando o abastecimento e a oferta de bens para os consumidores.
O governo deve olhar com mais atenção para as demandas da Abad. Suas 3,5 mil empresas associadas tiveram um faturamento de R$ 164,5 bilhões no ano passado. Esse montante correspondeu a cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e a 51,8% de toda a movimentação do mercado nacional de consumo.
O caso da Abad não é isolado e mostra o quanto o Brasil precisa avançar em infraestrutura e logística.
Algumas alternativas ao transporte rodoviário, como hidrovias e ferrovias, ainda não tiveram um avanço real e não constam como opções reais para os empreendedores.
Também é alto o custo de embarque para exportações, onerando o setor e diminuindo os benefícios da geração de divisas no comércio exterior.
Num país de dimensões continentais como o nosso, é preciso que a integração seja feita com vias em boas condições de uso.
O binômio produção-escoamento deve figurar como merecedor da atenção dos gestores públicos e privados, pois nele se encontra a chave para o desenvolvimento.