Estradas destruídas

Publicado em
20 de Outubro de 2014
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Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), recém divulgada, evidencia o descaso com as estradas gaúchas, que estão se deteriorando em velocidade muito superior à capacidade do governo de investir na manutenção e nas melhorias.

É mais um argumento irrefutável para a revisão do atual modelo de administração, e tema inadiável para o debate eleitoral que ora se desenvolve na disputa pelo governo do Estado.

O levantamento mostra que as rodovias concedidas à iniciativa privada são melhores do que as administradas pelo poder público e que as piores do ranking são justamente as estaduais.

Enquanto o modelo se mantém como está, é preciso pelo menos que o poder público siga à risca alguns pressupostos elementares para garantir a segurança dos usuários e evitar um custo financeiro adicional para os gaúchos.

Se há dificuldades de ampliar a malha pavimentada, o governo tem ao menos o dever de manter o que existe em condições de trafegabilidade.

O que se constata, porém, é uma deterioração gradativa de trechos em condições adequadas de trafegabilidade, sob o ponto de vista de aspectos como geometria, pavimentação e sinalização.

Um aspecto particularmente grave é que, além de não conseguir manter as estradas como deveria, o poder público também não cumpre a sua parte sob o ponto de vista da fiscalização, imprescindível para a punição de quem trafega com excesso de peso, por exemplo.

Em consequência, as dificuldades são maiores justamente no noroeste do Estado, onde é maior o tráfego de caminhões devido ao escoamento de safras. Isso faz com que os produtores enfrentem uma redução da competitividade. E, ao mesmo tempo, que os consumidores sejam forçados a arcar com o custo adicional do frete.

Num modelo econômico que privilegia o transporte rodoviário, não há perspectiva de crescimento sustentável sem investimentos em infraestrutura, particularmente os relacionados aos deslocamentos de pessoas e transporte de cargas.

Por isso, se não tem como garantir pistas com um padrão mínimo de qualidade, o Estado precisa optar logo por um modelo alternativo que permita enfrentar definitivamente essa questão.

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