Estado investirá R$ 200 mi no Porto de São Sebastião

Publicado em
30 de Março de 2012
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O Governo de São Paulo abriu o caixa e irá investir R$ 200 milhões em projetos para o Porto de São Sebastião, no Litoral Norte do Estado, somente neste ano. Não entram nessa conta a duplicação da Rodovia dos Tamoios, no acesso aos complexos, nem do chamado contorno, o desvio rodoviário que irá tirar caminhões de dentro da cidade litorânea.

Todas as intervenções visam a ampliar a área operacional ou dar maior segurança às movimentações de cargas e navios. A soma permitirá à Companhia Docas de São Sebastião - órgão estadual que administra porto, delegado ao governo paulista - implementar, por exemplo, medidas de segurança e controle de acesso previstas no SPS Code (código internacional antiterrorismo) e o sistema de monitoramento do tráfego de navios(VTMS, na sigla em inglês).

Cabem nos R$ 200 milhões também a reforma do cais comercial(hoje com apenas um berço), o projeto-executivo de ampliação do porto, o início das obras do Pátio 4 (a expansão está em andamento, em conformidade com a licença ambiental em vigor), uma estação de energia e até a compra de uma embarcação de apoio.

Há um ano e dois meses na presidência da Companhia Docas de São Sebastião, Casemiro Tércio comemora o fato de o porto ter saído de um histórico bastante negativo: o de nunca antes ter lucrado.

"Eu brinco que a gente fez o arroz com feijão para aumentar a atividade portuária. A nossa expectativa é dobrar o faturamento este ano. Nós fechamos no azul no ano passado e isso é muito bom. É a primeira vez que fechamos no azul", disse a A Tribuna, do escritório da Docas em São Paulo. Antes funcionário da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Tércio sabe da importância da variável "vontade política" na difícil equação que concretiza projetos. E que isso influi, inclusive, no acesso ao porto pela rodovia - ou na falta dele.

"Esse é um dos motivos para o projeto do Porto de São Sebastião nunca ter virado. Agora, como governador deixando claro que a duplicação da Tamoios e o contorno são prioridades do governo, está acontecendo par e passo. É que nem Tostines: o porto sem a estrada não se viabiliza e a estrada sem o porto não se viabiliza".

Estes investimentos devem tornar São Sebastião um importante porto regional para atender as regiões de Campinas e Vale do Paraíba. Esta é sua interlândia natural, recebendo os insumos para a indústria próxima-barrilha para a indústria vidreira, sulfato para materiais de limpeza etc. - e também produtos acabados, como automóveis, e enviando tubulações para os campos de petróleo do pós e do pré-sal. São Sebastião movimentou, no ano passado, 700 mil toneladas de mercadorias. Santos fechou o ano com 97 milhões de toneladas.

AMPLIAÇÃO

Tércio espera para o próximo semestre a emissão, pelo Ibama, de licença ambiental para a expansão do Porto de São Sebastião. Em paralelo, a Docas corre para contratar a modelagem e, assim, poder soltar o edital de licitação para arrendar a nova área. A partir daí, caberá ao empreendedor tocar as obras civis dentro das condições impostas pelo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ). Somente na primeira fase de ampliação, o porto aumentará em 50% sua área, passando para 600 mil metros quadrados.

"Quando atingir esse tamanho, vamos ter três berços para navios de grande porte e berços internos para supply boats". Quando isto ocorrer, segundo Tércio, o porto estará apto para movimentar contêineres, o que hoje é dificultado pelo fato de se ter apenas um berço. Uma carga mais que paulista - pelo alto valor agregado, característica presente no Estado - para um porto que quer crescer e atender os interesses de São Paulo.

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