Especialistas discutem alternativas para a circulação de veículos pesados em Florianópolis

Publicado em
23 de Março de 2015
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Fórum sobre Mobilidade e Infraestrutura de Transporte foi palco de debates em busca de alternativas para aliviar o tráfego de caminhões e ônibus

Na semana em que um caminhão quebrado na entrada da ponte Pedro Ivo provocou congestionamentos até na BR-101, durante quase duas horas, especialistas do setor de transporte discutiram alternativas que possam minimizar os principais problemas enfrentados por diversas cidades brasileiras, como restrições ao transporte de cargas, incentivo ao fretamento de ônibus e vias de circulação de emergência. O Fórum sobre Mobilidade e Infraestrutura de Transporte, promovido nesta sexta-feira (20) em Florianópolis pela Fetrancesc (Federação dos Transportes de Carga e Logística de Santa Catarina) e CIT (Câmara Interamericana de Transportes), abordou também a criação de corredores exclusivos para ônibus.

Na Capital, as obras de um anel viário com 17 quilômetros de faixas exclusivas para o transporte coletivo já começaram, mas a primeira etapa do projeto, que prevê a implantação de duas faixas para ônibus na avenida Beira-Mar Norte, deve demorar cerca de três anos para ser concluída. Os corredores para transporte coletivo são prioridade, é uma questão de logística. Temos como exemplo a cidade de São Paulo, onde o sistema funciona bem, e queremos possibilitar isso aqui, afirmou Cássio Taniguchi, superintendente da Região Metropolitana de Florianópolis.

Paralelamente à implementação das faixas de ônibus, discutiu-se, também, a importância de tomar outras medidas para aliviar o trânsito na Capital, como restrições a veículos pesados na região central em determinados horários e uma possível ligação da avenida Beira-Mar Continental com a BR-101 para desafogar a Via Expressa. Um decreto de 2013 proíbe a circulação de veículos pesados na Capital em determinados horários, mas não há fiscalização. Não é com remendo que resolveremos os problemas em Florianópolis, temos que ser ousados. Podemos fazer um planejamento alternativo para os caminhões, desde que tenhamos pontos de descarga estratégicos e redistribuição das mercadorias em veículos menores. O projeto já existe, o que falta é colocá-lo em prática, disse Pedro Lopes, presidente da Fetrancesc.

Ideias para encontro internacional

Além de discutir soluções para os problemas de trânsito em muitas cidades brasileiras, o Fórum sobre Mobilidade e Infraestrutura de Transporte também teve como objetivo reunir ideias e sugestões para serem levadas a um encontro internacional que será realizado em maio, na cidade de Quito (Equador), com representantes de 185 entidades de 19 países. As cidades têm que começar a pensar em descentralização dos serviços, levar algumas coisas para regiões periféricas, e em horários alternativos de funcionamento de repartições, comércio, bancos, etc., disse Paulo Vicente Caleffi, secretário-geral da Câmara Interamericana de Transportes.

Para Caleffi, debater questões de mobilidade no país é de extrema importância, já que o Brasil exerce um papel de protagonismo no continente.  Os exemplos daqui são copiados pelos países latino-americanos. O que se decide aqui tem muita repercussão, afirmou.

Para tentar solucionar os principais pontos de gargalos, Pedro Lopes, presidente da Fetrancesc, acredita que o fundamental é abrir o diálogo com o poder público. O encontro serviu para chamar a atenção das autoridades, que não costumam ouvir aqueles que trabalham diariamente com transporte quando planejam mudanças no sistema de tráfego, afirmou. 
 

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