Evento em Piracicaba (SP) vai ouvir profissionais do setor para discutir transporte de cargas com custos operacionais diferenciados, como vidros e animais vivos. Sugestões também são recebidas pela internet. ANTT usa pesquisa para elaborar política nacional de fretes.
A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba (SP), inicia na quinta-feira (26) o segundo ciclo de reuniões para atualizar os pisos mínimos de frete no transporte de cargas. Serão realizados novos encontros com profissionais do setor para ouvir sugestões com o tema de cargas especiais, como animais vivos e vidros. A instituição também recebe opiniões pela internet.
O projeto de revisão é elaborado pela universidade, com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-LOG) da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O levantamento busca desenvolver uma metodologia e servir de base para monitorar e atualizar os dados para a implementação da Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas.
As reuniões fazem parte da programação definida no contrato entre a Esalq e a ANTT, assinado em dezembro de 2018. Nesta etapa, será discutida a possibilidade de serem fixados pisos mínimos de frete para o transporte de cargas que tenham custos operacionais diferenciados, como vidros, animais vivos, guincho, granéis em silo pressurizado e cargas aquecidas.
O objetivo é reunir profissionais dos segmentos envolvidos nas cadeias logísticas brasileiras, como transportadoras, embarcadores e autônomos, para coletar sugestões e opiniões que servirão de base para aprimorar o cálculo de fretes.
O evento será dividido por temas, com reuniões acontecendo de forma simultânea durante a quinta-feira, onde serão discutidos os aspectos gerais de cada carga especial:
Das 9h ao meio-dia, em salas distintas, sugestões sobre cargas a granel em silo pressurizado, vidro e cargas aquecidas.
Das 14h às 17h, em salas distintas, o tema será as cargas de guincho e animais vivos.
As reuniões acontecem na sede da Esalq-LOG, que fica na Avenida Pádua Dias, 11 (Antiga Colônia Sertãozinho), no campus da Esalq-USP em Piracicaba.
Questionário para coleta de dados
A Esalq-Log também coleta pela internet informações para compor os indicadores técnicos e operacionais do custo operacional no transporte rodoviário de cargas, que também vão servir de base para elaboração do piso mínimo de frete. O público-alvo é principalmente motoristas autônomos, transportadoras, cooperativas e embarcadores.
Segundo a instituição, as opiniões enviadas neste questionário são sigilosas e não serão identificadas em nenhum momento do projeto pela Esalq-USP. Para responder ao questionário, basta acessar o formulário na internet.
Projeto teve início com a greve dos caminhoneiros
As primeiras reuniões para ouvir sugestões de representantes do setor aconteceram em fevereiro deste ano no campus de Piracicaba.
Após isso, as sugestões foram recebidas em cinco audiências públicas realizadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a última no dia 23 de maio em Brasília (DF). As cinco sessões presenciais tiveram 841 participantes em Belém (PA), Recife (PE), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Brasília.
O contrato para este estudo foi firmado em dezembro de 2018 entre a ANTT e o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-LOG) da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o coordenador geral do departamento, José Vicente Caixeta Filho, o projeto surgiu após o grupo acompanhar a greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado.
O objetivo é estabelecer as regras gerais, a metodologia e os indicadores dos pisos mínimos, referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes, por eixo carregado, instituído pela Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas (PNPM-TRC).
A previsão é que a assessoria da Esalq dure dois anos, avaliando os impactos no tabelamento dos valores mínimos de fretes no transporte rodoviário de cargas.