Transporte é atividade essencial para todos os segmentos econômicos e fazer isso de forma rápida é um desafio permanente. A maneira de medir a eficiência das entregas é estabelecer o prazo para cada evento e acompanhar o seu cumprimento. Person pushing hand truck across floor of warehouse
A contratação de fretes inclui um indicador de performance conhecido como SLA (do inglês, Service Level Agreement ) ou acordo do nível de serviço celebrado entre embarcador e transportador. Além do prazo de entrega se inclui no SLA a qualidade dos serviços indicada pelo percentual de entregas realizadas com sucesso ou das ocorrências indicativas do insucesso dessa operação.
Essa taxa de insucesso ou de impontualidade nas entregas é conhecido como “ocorrência” . Muitos conhecem ocorrência como tudo aquilo que interfere na entrega. Em tempos de avanços tecnológicos o preenchimento do comprovante DACT-e (documento auxiliar do conhecimento de transporte eletrônico) tem sido gradualmente substituído por mensagens de celular, o que antecipa a informação mas não dispensa o cumprimento de seu preenchimento.
Entregas realizadas com sucesso são facilmente analisadas. As ocorrências, entretanto, apresentam complexidade em função da multiplicidade de razões para a “não entrega”.
Quanto aos valores envolvidos as entregas bem sucedidas (90%) representam aproximadamente 70% dos custos. As ocorrências (10%) de problemas, significam os 30% desses custos. Os percentuais e valores não são exatos. Entretanto, estão muito próximos daquilo que se observa na realidade.
Colocando o valor hipotético de uma despesa mensal de R$ 1.000,00 para fretes, teríamos que pagar R$ 700,00 por 90% de sucesso e R$ 300,00 pelos 10% de insucesso.
As entregas não realizadas merecem ser identificadas conforme os seus responsáveis. Uma parte do insucesso se deve ao próprio embarcador; parte ao transportador e outra ao destinatário. Deve-se avaliar também as avarias e os sinistros.
BI e BD: Business inteligence e Big Data e NF-e’s e CT-e’s emitidos
CT-e’s emitidos representam 1.2 bilhões por ano.
No ano 2014 segundo a SINFE foram emitidos 1.244 bilhões de CT-e’s; ou 12 milhões mensais através de 76.449 emissores (empresas transportadoras autorizadas a emitir CT-e’s. Inclui filiais de uma mesma empresa). Estima-se que essas quantidades em 2015 seriam pelo menos 50% maiores que as do ano passado, devido a obrigatoriedade das NF-e’s e CT-e’s que não eram obrigatórias naquele ano.
Fazendo apenas uma estimativa: uma taxa de insucesso de 10% estamos tratando 140 milhões de ocorrências por entregas malsucedidas.
Nos sites das SEFAZ (CT-e’s e NF-e’s) os dados são escassos ou inexistentes. A SINFE (www.sinfe.com.br/brasil) publica informações obtidas da Secretaria da Receita Federal e cruzadas com diversas fontes.
A expectativa e de que nos próximos meses (quem sabe no próximo ano) esses indicadores de quantidades de NF-e’s e CT-e’s emitidos sejam disponibilizados e tornados públicos.
A busca por redução de custos nunca foi tão intensa quanto agora. Eliminar custos e ainda melhorar a qualidade perece ser o sonho de empresários e executivos que lidam com transportes.
Não existem soluções mágicas, mas através de aplicativos de BI – Business Inteligence – seria possível tabular as principais razões das “não entregas”. Especialistas dizem que uma redução dessas ocorrências resultaria incremento de produtividade e ampliaria a lucratividade dos transportes.
Alguns números apresentados pela CNT indicam que os transportes representam 6.5% do PIB brasileiro (R$ 234.5 bilhões) considerado de R$ 3.5 trilhões; Transporte rodoviário de cargas participa com 67 % de todas as movimentações de cargas no Brasil, ou R$ 15.7 bilhões. Se existem R$ 500 milhões/ano de problemas de ocorrências de entregas… as possibilidades de reduzir custos podem ser imensas.