Entregas não realizadas custam milhões*

Publicado em
01 de Junho de 2017
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Transporte é atividade essencial  para todos os segmentos econômicos e fazer isso de forma rápida é um desafio permanente.  A maneira de medir a eficiência das entregas é estabelecer o prazo para cada evento e acompanhar o seu cumprimento.  Person pushing hand truck across floor of warehouse

A contratação de fretes inclui um indicador de performance  conhecido como SLA (do inglês, Service Level Agreement )  ou acordo  do nível de serviço celebrado entre embarcador e transportador. Além do prazo de entrega se inclui no SLA a  qualidade dos serviços indicada pelo percentual de entregas realizadas com  sucesso ou das ocorrências indicativas do  insucesso dessa operação.

Essa taxa de insucesso ou de impontualidade nas entregas é conhecido como “ocorrência” .  Muitos  conhecem ocorrência como tudo aquilo que interfere na entrega.  Em tempos de avanços tecnológicos o preenchimento do comprovante DACT-e (documento auxiliar do conhecimento de transporte eletrônico)  tem sido gradualmente substituído por mensagens de celular, o que antecipa a informação mas não dispensa o cumprimento de seu preenchimento.

Entregas realizadas com sucesso são  facilmente analisadas. As  ocorrências, entretanto,  apresentam complexidade em função da multiplicidade de razões para a “não entrega”.

Quanto aos valores envolvidos as entregas bem sucedidas (90%)  representam aproximadamente  70% dos custos. As ocorrências  (10%)  de problemas, significam os 30%  desses custos. Os  percentuais e valores não são exatos. Entretanto, estão muito próximos daquilo que se observa na realidade.

Colocando o valor hipotético de uma despesa mensal de R$ 1.000,00 para fretes, teríamos que pagar  R$ 700,00  por  90%  de sucesso e R$ 300,00  pelos 10%  de insucesso.

As entregas não realizadas merecem ser identificadas conforme os seus responsáveis. Uma parte do insucesso se deve ao próprio embarcador; parte ao transportador e outra ao destinatário. Deve-se avaliar também as avarias e os sinistros.

BI  e BD:   Business inteligence e Big Data e NF-e’s  e CT-e’s emitidos

CT-e’s emitidos representam 1.2 bilhões por  ano.

No ano 2014  segundo a SINFE foram emitidos 1.244 bilhões de CT-e’s; ou 12 milhões mensais  através de 76.449 emissores (empresas transportadoras autorizadas a emitir CT-e’s.  Inclui filiais de uma mesma empresa). Estima-se que essas quantidades em  2015 seriam pelo menos 50% maiores que as do ano passado, devido a  obrigatoriedade  das NF-e’s e CT-e’s  que não eram obrigatórias naquele ano.

Fazendo apenas uma estimativa:   uma taxa de insucesso de 10%   estamos tratando 140 milhões de ocorrências por entregas malsucedidas.

Nos  sites das SEFAZ  (CT-e’s e NF-e’s)  os dados são escassos ou inexistentes.   A SINFE (www.sinfe.com.br/brasil)  publica informações  obtidas da Secretaria da Receita Federal e cruzadas com diversas fontes.

A  expectativa  e de que nos próximos  meses (quem  sabe no próximo ano) esses  indicadores de quantidades de NF-e’s e CT-e’s emitidos  sejam disponibilizados e tornados públicos.

A busca por redução de custos nunca foi tão intensa quanto agora. Eliminar custos e ainda melhorar a qualidade perece ser o sonho de empresários e executivos que lidam com  transportes.

Não existem soluções mágicas,  mas através de aplicativos de BI – Business Inteligence – seria possível tabular as principais razões das “não entregas”. Especialistas dizem que uma redução dessas ocorrências resultaria incremento de produtividade e ampliaria a lucratividade dos transportes.

Alguns números apresentados pela CNT indicam que os transportes representam 6.5% do PIB brasileiro (R$ 234.5 bilhões)  considerado de R$ 3.5 trilhões; Transporte rodoviário de cargas participa com 67 % de todas as movimentações de cargas no Brasil, ou R$ 15.7 bilhões. Se existem R$ 500 milhões/ano  de problemas de ocorrências de entregas…  as possibilidades de reduzir custos podem ser imensas.

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