Em meio à turbulência, ALL muda de comando

Publicado em
07 de Junho de 2013
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Pelleissone, que ficou menos de um ano no cargo, será substituído a partir do dia 15

Em meio à turbulência de ter seus ativos expropriados na Argentina, a América Latina Logística (ALL) confirmou ontem a saída de Eduardo Pelleissone, principal executivo da companhia, conforme antecipou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. Pelleissone, que ficou menos de um ano no cargo, será substituído a partir do dia 15 por Alexandre Santoro, que está à frente da Vetria Mineração, companhia formada em parceria entre a ALL, Triunfo e Vetorial.

O Valor apurou que Pelleissone, nos quadros da companhia desde 1999, vai compor a diretoria executiva da Heinz, fabricante americana de alimentos recentemente adquirida pelo fundo 3G e pela Berkshire Hathaway, que passou a ser presidida por Bernardo Hees, ex-presidente da ALL.

Pelleissone era considerado o homem de confiança de Wilson de Lara, presidente do conselho de administração da companhia ferroviária, mas tem ótimo trânsito com os integrantes do GP Investimentos, os ex-acionistas que participavam do bloco de controle da ALL.

A saída de Pelleissone já estava em discussão há alguns dias. A definição de um novo executivo para o cargo era o passo que faltava para a empresa anunciar a mudança no comando. O executivo, formado em administração de empresas, era o quarto presidente da ALL desde sua criação em 1977.
Os ânimos na sede da empresa da companhia, em Curitiba (PR), estão alterados. Além das notícias de cassação na Argentina, o grupo está há mais de um ano em uma negociação que envolve alteração no seu bloco de controle. Em fevereiro de 2012, o grupo de infraestrutura e energia Cosan fez uma oferta de R$ 896,5 milhões para a compra de ações dos acionistas Riccardo Arduini, conselheiro da companhia, de sua esposa Julia Dora Koranyi Arduini, e da GMI (Global Market Investiments), representando Wilson de Lara. Se aprovada a operação, a Cosan se tornará a maior acionista individual do grupo de controle, com 49,1%, e 5,6% do capital total.

A transação, para ser concluída, está sujeita à aprovação dos demais sócios do bloco de controle da ALL - entre eles o BNDESPar, braço de participação do BNDES, Previ, Funcef e BRZ ALL.
Ontem, durante teleconferência de resultados, executivos da Cosan informaram a jornalistas que as negociações ainda estão em andamento e o grupo tem todo o interesse em entrar no bloco de controle da companhia, como parte da estratégia para focar seus negócios em infraestrutura. O Valor apurou que as negociações entre os dois grupos avançaram e um acordo está próximo do desfecho.

No ano passado, a concessionária, operadora de mais de 12 mil quilômetros de ferrovias no Brasil, teve receita líquida de R$ 3,56 bilhões, com lucro de R$ 237 milhões. Oriunda da privatização da Rede Ferroviária Federal, a empresa tem operações no Brasil e na Argentina, e acesso aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

As apostas do mercado são de que a entrada da Cosan no bloco de controle da empresa poderá dar um maior dinamismo à gestão da companhia ferroviária, considerada engessada.
Ontem, as ações da ALL encerraram o dia cotadas a R$ 10,88, com alta de 1,21%. No mês, os papéis registram aumento de 2,16%, A valorização no ano atinge 32% e, nos últimos 12 meses, elevação de 36,5%.

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