Categoria tem demonstrado insatisfação e organiza carreata para dia 30
Em seu live no Facebook desta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) falou diretamente aos caminhoneiros sobre a nova política de preços do diesel da Petrobras (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/03/em-meio-a-queixade-caminhoneiros-petrobras-muda-reajuste-do-diesel.shtml)e sinalizou que novas medidas em favor da categoria podem ser adotadas
“Caminhoneiros, parabéns a vocês. E, com certeza, novas medidas serão adotadas semana que vem”, disse
Nas últimas semanas, voltaram a circular nos grupos de WhatsApp da categoria chamados para uma nova paralisação, como a de 2018. A principal queixa é que os acordos feitos com o governo de Michel Temer ainda não haviam sido cumpridos, além da volta do aumento no preço do combustível.
No início da semana, a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) confirmou que haverá uma carreata no próximo sábado (30).
Um dos líderes dos caminhoneiros, Walace Landim, o Chorão, afirmou que representantes dos motoristas têm se reunido com o governo e esperavam um posicionamento público de Bolsonaro, ainda essa semana, sobre as reivindicações da categoria.
No vídeo, o presidente lembrou que quando era pré-candidato esteve com os caminhoneiros que fizeram parte dos protestos de 2018.
Bolsonaro falou sobre o prazo de mínimo de quinze dias para que o preço do diesel seja reajustado, medida anunciada pela estatal na última terça-feira (26).
É a terceira mudança desde que a política de preços foi estabelecida, em 2016. Em 2017, a estatal adotou ajustes diários, estratégia que foi criticada até por aliados do governo quando os preços dispararam no primeiro semestre de 2018 –os caminhoneiros pararam por 11 dias entre maio e junho.
Em janeiro, após o fim do programa de subvenção ao preço do diesel criado após a paralisação, a estatal decidiu segurar reajustes por prazos maiores
Ainda assim, com a escalada dos preços internacionais do petróleo, o preço do diesel nas refinarias já subiu 18,5% em 2019, na comparação com o último valor de 2018. Nas bombas, a alta é menor, de 2,5%, mas o suficiente para alimentar a insatisfação dos motoristas. No vídeo, o presidente também deu detalhes sobre a criação de um cartão pré-pago para a compra de óleo diesel. Segundo ele, a medida atende às reclamações dos motoristas sobre o frete.
“O caminhoneiro reclamava que pegava o frete até Porto Alegre e, na volta, havendo a recomposição do preço do diesel, parte ou todo o dinheiro que tinha recebido era engolido pelo novo preço do combustível”, disse.
O cartão deve começar a funcionar, de acordo com Bolsonaro, em até 90 dias. Ele explicou que o caminhoneiro poderá parar em um posto, 'encher' o cartão com um valor equivalente a 500 litros de diesel e abastecer o tanque ao longo da viagem com o cartão. Com isso, a alta no diesel não iria impactar no valor negociado pelo frete. Segundo a Petrobras, o cartão será válido apenas para os postos BR.
Bolsonaro também prometeu novas medidas para a categoria na próxima semana. “Caminhoneiros, parabéns a vocês. E, com certeza, novas medidas serão adotadas semana que vem”. Além das ações específicas para os motoristas de caminhão, o presidente afirmou que nesta semana cancelou o pedido de 8.000 novos radares eletrônicos, que ele chamou de “pardais”.
“Por que queremos acabar com isso?
É indústria da multa, é para meter a mão no seu bolso, nada além disso. Não vamos achar que meia dúzia de pessoas aqui em Brasília estavam preocupadas com você se acidentar”.
De acordo com o presidente, as concessionárias responsáveis pelas estradas com pedágios teriam descoberto uma forma de burlar a função dos radares e lombadas
“Esse pessoal descobriu que poderia descontar nessas obras [pintura da estrada e melhoria nos acostamentos] o [valor] aplicado em monitoramento. E como o monitoramento ainda é feito? Via multagem eletrônica!
Então você era duas vezes prejudicado: o dinheiro [do pedágio] não ia para a manutenção da estrada, mas ia para pagar as empresas que cobravam multa”, afirmou. Bolsonaro afirmou também que conforme acabarem os contratos, eles não serão renovados.