Em busca de alternativas

Publicado em
10 de Dezembro de 2012
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O governador Geraldo Alckmin lançou na última sexta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, o Atlas Eólico do Estado de São Paulo. Documento referência para empreendedores públicos e privados, o Atlas não se limita a apontar regiões para instalação de parques geradores.

O documento foi concebido para facilitar o planejamento e a modelagem de negócio, dando segurança aos empreendedores.

Além da caracterização geográfica e demográfica do território, o volume e o perfil de consumo por região, o documento enfatiza as vantagens competitivas da rede logística paulista, como a proximidade das redes de transmissão e dos centros de carga.

A capacitação da mão de obra, as redes de transporte e de comunicações e o ambiente de negócios do estado de São Paulo devem permitir uma redução nos custos de implantação e de interligação dos parques eólicos em cerca de 10%.

Com velocidade acima de 6,5 m/s, o potencial identificado foi de 4,7 mil MW. Nesta intensidade, a energia anual pode chegar a 13 mil GWh, o bastante para atender 5 milhões de residências.

Mas a busca por alternativas competitivas e sustentáveis em geração de energia não para por aí.

No início da semana passada, foi publicado o decreto que criou o Programa Paulista de Biogás, uma ousadia sem paralelo no Brasil na busca pela competitividade e segurança na oferta de insumos para o setor produtivo.

O objetivo do programa é estimular o uso de energias limpas por meio da adição de biometano no gás encanado comercializado no estado.

Na prática, buscamos alternativas ao controle da Petrobras sobre o mercado, o que torna a oferta de gás natural limitada e pouco atrativa do ponto de vista tarifário para o setor produtivo. Entre as fontes de biogás estão o biometano de efluentes urbanos, biogás de vinhaça de cana e o gás de xisto.

Ainda neste ano também começam as obras para a implantação de uma usina solar fotovoltaica no Parque Villa-Lobos, uma parceria entre as secretarias de Energia, Meio Ambiente e a USP.

O projeto-piloto tem por objetivo realizar experiências com uso da energia elétrica de origem solar, montar uma base de dados que subsidiem um mapa de potencial de insolação na área do parque, além de testes com redes inteligentes (Smart Grids) e Wi-Fi solar.

O governo de São Paulo já havia desonerado toda a cadeia de máquinas e equipamentos para bioenergia de cana sem similares nacionais, além de restituir integralmente os créditos de ICMS para bens de capital adquiridos no estado.

A Secretaria de Energia também completou o mapeamento do potencial hidrelétrico remanescente em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que deu origem a um manual do empreendedor a ser lançado em breve.

É assim, com planejamento, pesquisa e determinação política que criaremos as condições para um salto de competitividade efetivo no Brasil. Um país mais próspero, soberano e justo se constrói com responsabilidade e trabalho.

Não será com canetadas, bravatas e intransigência.

José Anibal é economista, secretário de Energia de São Paulo e presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Energia (FNSE)

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