Economia sente reflexos da insegurança

Publicado em
05 de Agosto de 2010
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Um efeito dominó. Este é o reflexo dos prejuízos causados pelos altos índices de roubos de cargas no País. Para se ter uma ideia, apenas no ano passado, o número de ocorrências deste tipo chegou a 13,5 mil, um incremento de 10% em relação a 2009, gerando um déficit de quase R$ 1 bilhão à economia brasileira.

A insegurança vivida por quem movimenta a economia do País - estima-se que o setor rodoviário seja responsável por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) - é sentida no bolso do consumidor.

Embora não existam estudos que façam uma relação direta entre o índice de roubos de cargas no País e o preço dos produtos, para Paulo Roberto Souza, assessor de segurança da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), "é um circulo vicioso".

"A indústria sofre com os roubos, investe para deter, ou ao menos minimizar, a ação de quadrilhas e como consequência aumenta o custo do produto para o cliente final", aponta.

O impacto é tão grande que empresas podem até deixar a atividade. Segundo documento publicado pela ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga), "isso tem ocorrido porque as empresas não conseguem arcar com as medidas e equipamentos de segurança, que alcançam um percentual de 20% do custo do frete".

Além deste fator, outro ponto preocupa. Das diversas seguradoras existentes no mercado brasileiro, poucas fazem seguro de cargas contra roubos, conforme relato da ABTC. "Ao fazer uma apólice de seguro, o transportador arca com uma franquia de 25% do valor da carga e, dependendo da mercadoria e do trajeto, esse percentual salta para 30%", pontua.

Com isso, na opinião da entidade, todo o Brasil perde. "Este problema custa caro ao País, que perde receita de impostos pela comercialização irregular de mercadorias", afirma em comunicado.

Tecnologias

Para se defender, as transportadoras estão adotando diversas medidas contra as quadrilhas. Escolta armada, rastreamento de veículo por satélite e gerenciamento de risco são algumas medidas implantadas para coibir a ação de criminosos sobre as principais empresas de transporte do País.

Tanto é que, segundo a Gristec (Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento), aproximadamente 15% dos veículos de carga do País - em média 200 mil caminhões - são rastreados.

Estas ferramentas podem ser tornar grandes aliadas das empresas. Pois além de proporcionar o monitoramento das mercadorias também ajudam a reduzir o custo com seguro.

De acordo com dados da Gristec, as principais seguradoras que atuam no setor rodoviário exigem o uso deste tipo de equipamento. Na média, este serviço pode ser contratado por R$ 350 por veículo.

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