É possível vender seguro por meio das redes sociais? por Márcia Alves*

Publicado em
26 de Julho de 2010
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Para quem se esforça para acompanhar as novidades que fazem parte da web, pode ser angustiante ouvir de um especialista em mídias digitais que a comunicação por e-mail já está ficando ultrapassada e que o formulário de contato, adotado em muitos sites, é obsoleto. Junior Wn, da Agência A1 Brasil e criador do premiado blog "Papo de Homem", disse tudo isso e ainda apontou a tendência de as redes sociais se tornarem o maior canal de relacionamento entre as empresas e seus clientes. Ele participou do III Seminário Internacional de Marketing e Vendas - Vida e Previdência, promovido pela Federação Nacional de Previdência e Vida (Fenaprevi), em 8 de julho, na capital paulista.


O poder das redes

De acordo com Junior Wn, uma pesquisa realizada pela Century revelou que 79% dos executivos de médias empresas esperam ver suas receitas aumentadas por meio de ações em redes sociais. Algumas grandes empresas já utilizam as redes sociais para divulgar sua marca e saber o que os consumidores pensam, além de oferecem produtos.

Qual é o tamanho das redes sociais? Junior Wn forneceu números que demonstram a expansão desses meios de comunicação. Atualmente existem mais de 200 milhões de blogs no mundo, número maior que a população brasileira. Apenas entre janeiro e fevereiro deste ano, o twitter cresceu 1.382%. Para assistir todos os vídeos postados no Youtube seriam precisos 412 anos. O flickr abriga uma foto para cada duas pessoas do planeta. Entre os usuários de internet, 73% possuem blog, do restante, 43% já iniciaram seus blogs e 48% recebem feeds de blogs.

E o que isso muda? De acordo com Junior Wn, a ascensão das redes sociais promoveu maior interatividade na comunicação entre consumidor e empresas. Conforme os dados que apresentou, 91% dos usuários de Internet compram produtos por recomendação de amigos e apenas 7% por causa da propaganda do produto. "Na mídia social, você deixa de ser apenas um transmissor de mensagens para se tornar receptor também. Hoje, pode-se entrar no site de uma marca e dizer o que se pensa dela", explica.

Na visão de Junior Wn, um único usuário de twitter que tenha, por exemplo, 400 seguidores, pode representar 400 prospects para uma empresa. Para ele, as redes sociais não são capazes de persuadir os usuários a gostar de uma marca, mas podem influenciá-los.


Seguro pela rede

Não adianta usar as redes sociais apenas para descrever o produto de uma empresa. Segundo Junior Wn, é preciso mostrar o quanto a marca pode inspirar. "Se disser que meu seguro custou R$ 2 mil não inspiro ninguém. Mas, se convidar para um workshop, por exemplo, que mostre os benefícios do seguro e o retorno à sociedade, então estarei engajando as pessoas", explica.

De acordo com o especialista não são marcas ou produtos que movem os usuários das redes, mas causas. "Temos mais chances de influenciar as pessoas por uma causa", disse. Outra regra importante das redes é ouvir. "Esse é grande paradigma quebrado pelas redes: temos de ouvir antes de falar", disse.

Junior Wn mostrou exemplos de sites de seguros americanos que não divulgam diretamente os seus produtos, mas inspiram as pessoas a conhecê-los. O site da State Farm, por exemplo, não trata de seguros, mas acabou engajando milhares de pessoas numa campanha para perda de peso. A empresa também criou dentro do facebook uma comunidade com dicas sobre carreira e busca de empregos.

O especialista encerrou sua apresentação dizendo que youtube, Orkut, twitter, facebook e outros devem substituir o velho formulário de contato, presente em muitos sites, e até o e-mail.

Contato pessoal

"Confesso que me senti angustiado diante de tamanhas novidades", disse o vice-presidente da Fenaprevi, Renato Russo. Para o presidente da Câmara dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo, Pedro Barbato Filho, as redes sociais podem ser usadas para divulgar a imagem do seguro, mas jamais para a venda. "Os produtos de seguros são complexos e requerem o contato pessoal do corretor", disse.

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