E lá se vão, tempo, dinheiro e vidas

Publicado em
07 de Julho de 2010
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Enquanto o Norte do Estado cresce no ritmo de uma rodovia duplicada, o Sul parece que ficou perdido em um dos buracos ou desvios da obra. A comparação sobre o desempenho da economia é o dado mais expressivo sobre as consequências que os atrasos provocam neste trecho. As taxas de crescimento do Norte chegam a 7% ao ano, em média, mas o Sul ainda amarga o baixo patamar de 3%.

- Essa comparação do PIB das duas regiões demonstra que os investimentos estão ocorrendo no trecho duplicado. Ninguém quer se arriscar e investir no Sul. A situação da rodovia assusta os empreendedores e investidores. A duplicação vai ser a redenção do Sul - avalia o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Alcantaro Corrêa, que anuncia a terceira vistoria no trecho em obras até o fim do ano.

O presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Olvacir Fontana, também engrossa o coro pela duplicação. Ele relembra a perda de investimento de R$ 110 milhões da empresa Guardiã, fábrica de vidros que em julho de 2002 desistiu de se instalar na região, optando por construir próximo de Joinville.

- É muito difícil fazer a conta do prejuízo. Mas a gente sabe que muitas empresas deixaram de vir para cá - critica o presidente.

Os empresários e representantes dos setores industriais e do comércio não sabem determinar o tamanho do prejuízo pelo atraso das obras de duplicação. Nenhum estudo ou pesquisa até hoje foi capaz de apontar o tamanho do rombo. Mas todos conseguem perceber as dificuldades e os gastos diários que a falta de uma rodovia duplicada provoca no desenvolvimento da região.

O industrial da área de cerâmica Delir Milanezi explica o motivo dos gastos extras. Ele diz que os congestionamentos e a lenta velocidade dos caminhões fazem o preço do frete ficar até 20% mais caro:

- Hoje, os nossos clientes de Joinville preferem comprar em São Paulo do que vir até Criciúma. Apesar da distância ser maior, o frete é mais barato.

O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logísticas de SC (Fetrancesc), Pedro Lopes, chama a atenção para a falta de balanças para controlar o excesso de peso.

- Cerca de 12% dos caminhoneiros que vão da região Centro- Oeste para o Rio Grande do Sul desviam o caminho e preferem a BR-116 porque é mais segura. As mais de 200 balanças que seriam colocadas ficaram só na ideia. Se o dinheiro para a duplicação está garantido o que faltou então? - questiona Lopes.

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