Diretor da Fiesp defende reformulação institucional do setor de transportes e logística

Publicado em
22 de Maio de 2012
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Carlos Cavalcanti, diretor do Deinfra da Fiesp, diz que Brasil precisa de investimentos para atingir padrões de países asiáticos


Carlos Cavalcanti, diretor-titular do Deinfra da Fiesp: ’Ampliação de investimentos, no entanto, não deve ter predominância do setor publico’

Em discurso na abertura do 7º Encontro de Logística, o diretor-titular da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti, afirmou que o arranjo institucional do setor de logística e transportes não pode continuar com o processo decisório pulverizado em três ministérios, várias secretarias e três agências reguladoras, atuando, segundo ele, de modo disperso.

“É fundamental que as instituições trabalhem de forma integrada e que ocorra a implantação efetiva de um Sistema de Planejamento Estratégico de longo prazo, estruturado de forma a proporcionar racionalidade nos investimentos e na operação integrada dos diversos modais”, afirmou Cavalcanti.

De acordo com o diretor do Deinfra, o Brasil precisa de investimentos para dar conta do desafio, por exemplo, de ocupar o papel de celeiro do mundo na produção de alimentos nas próximas décadas. “O nível de investimentos em transportes, ainda corresponde a apenas 0,5% do PIB. Precisamos multiplicar este número dez vezes, para pelo menos 5%, se quisermos atingir os padrões dos países asiáticos”.

A ampliação de investimentos, no entanto, não deve ter predominância do setor publico. “Cabe à iniciativa privada, através de concessões, cumprir esse papel, alocando os recursos necessários, trazendo inovações tecnológicas e modelos de gestão eficiente”.

Melhoria nos sistemas rodoviário e portuário

Cavalcanti destacou a importância do setor rodoviário para a economia brasileira. “Mais de 60% das cargas brasileiras são transportadas por esse modal. Entretanto, da malha total, apenas 14% são pavimentados e a maioria do percurso apresenta condições insatisfatórias”.

Outro ponto abordado no discurso foi a acessibilidade aos portos – “Grande parte das cargas é transportada por meio do modal rodoviário, que atravessa a região metropolitana de São Paulo e a Serra do Mar.” – e o regime de funcionamento ininterrupto a estes.

“Para que as instalações estejam disponíveis 24 horas, é necessário que os órgãos públicos como Anvisa, Polícia Federal, Receita Federal, Ministério da Agricultura e todos os demais agentes atuem em todos os turnos. Essa é a única forma de atendermos ao crescimento da demanda sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura”.

Cavalcanti destacou ainda a importância do combate à corrupção. “No setor de infraestrutura, podemos eliminar a oportunidade da corrupção, se optarmos menos pela obra executada pelo setor público”, sugeriu.

“Quando o modelo é o da menor tarifa do serviço, aí sim se coloca a oportunidade do combate à corrupção. Nos setores onde este sistema é aplicado, como bem sabemos, o concessionário disputa a oportunidade comercial com seus pares de leilão baseado no menor preço”, acrescentou o diretor da Fiesp.
Discurso Carlos Cavalcanti - Diretor do Deinfra da Fiesp - 7º Encontro Logística de Transportes

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