Diretor da Aprosoja acredita que custos do frete devem cair com obras da BR 163

Publicado em
02 de Dezembro de 2013
compartilhe em:

Para Roger Rodrigues, estradas em bom estado renderão economia aos produtores. Serão 850 quilômetros de pistas duplicadas da BR 163. 

Diretor da Aprosoja acredita que custos do frete devem cair com obras da BR 163

Depois que a Odebrecht venceu o leilão para reforma da BR 163, as expectativas em relação à melhora da logística na região só aumentaram. Em entrevista ao Mercado & Cia desta quinta, dia 28, o diretor da Aprosoja Roger Rodrigues disse que aposta em custos mais baixos.

Serão 850 quilômetros de pistas duplicadas da BR 163, que cortarão o Mato Grosso. Neste trecho, serão construídos nove pedágios. Um carro comum pagará R$ 22,50 para percorrer os 850 km. Já um caminhão de sete eixos pagará R$ 157. E um caminhão com nove eixos, R$ 202. Para Rodrigues, os valores não irão aumentar o preço do frete:

– Eu não sei se vai impactar não, porque se você tiver uma estrada onde consegue transitar, tem menor desgaste de peças, menor consumo de pneu, você pode até ter um reflexo inverso.

O diretor da Aprosoja aposta na queda dos preços do frete e na melhora da estrada, que segundo ele hoje parece um “picadão”.

– Hoje realmente é uma coisa fora de qualquer propósito falar em viajar pela 163. Semana passada eu estava indo até Lucas (do Rio Verde), e teve um acidente em cima da pista. Um caminhão bateu atrás do outro, sem maiores conseqüências. Só que gerou um engarrafamento na casa de 40 quilômetros para cada lado – conta.

Soja transgênica vale à pena?

Na entrevista a João Olivi, Roger Rodrigues falou também sobre a reunião que ocorreu esta semana em Sorriso (MT), para discutir a soja não-transgênica. Produtores têm preferido investir não grão para acelerar a produção, e Rodrigues acredita que a prática vale à pena, embora cada produtor deva avaliar suas propriedades e qualificações.

– A soja convencional dá entre 40% e 60% em cima do lucro normal de um hectare de soja transgênica. Então vale à pena, agrega valor no produto. E a questão de trabalho a mais, de rendimento a mais ou a menos, há muita coisa sendo dita que não é verdade.

Ele diz que o trabalho para produzir soja transgênica ou convencional é muito parecido. A diferença é uma aplicação a mais de pesticida, e o fato de não se poder perder o timing de aplicação.

– Mas a soja convencional é produtiva tanto quanto a transgênica, ela tem um mercado muito mais forte de comprador do que a transgênica. O mercado da transgênica é maior, mas a voracidade do mercado convencional é forte – afirma.

Milho safrinha

Será que Mato Grosso vai plantar safrinha, com preços que indicam a falta do grão no mercado? João Batista Olivi comenta que a China, produtora de milho, diz que vai importar 10 milhões de toneladas, provavelmente do Brasil. Será que isso afeta os planos dos produtores de Mato Grosso?


Roger Rodrigues diz que o quadro não é animador, apesar dos preços de R$ 26,50 para março.


– Não dá para fazer uma safrinha daquele tamanho. De R$ 26,50 nós estamos com R$ 15 de frete, o que sobra R$ 11,50, que não chega perto do preço mínimo ainda.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.