Dirceo Sironi publica Nota de Esclarecimento sobre carreta 4 eixos

Publicado em
10 de Dezembro de 2020
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Na Nota de Esclarecimento ele afirma que "Os grandes vilões da história são os atravessadores de sempre que querem atropelar etapas, fazendo verdadeiras “gambiarras” e pagando propina para legalizar o emplacamento dos veículos".

Confira abaixo texto na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Quero me manifestar sobre a reportagem transmitida no domingo dia 06/12/2020, referente a minha invenção patenteada junto ao INPI – Carreta 4 eixos.

Desde 1970 desenvolvo peças, acessórios e equipamentos para uso em semi-reboques, sempre com o objetivo de tornar o transporte rodoviário de cargas mais eficiente e seguro.
 
Em meados de 1980, estudando a Resolução 631/84 e a Lei 7.148/85 nos seus artigos 81 e 82 que tratavam de pesos e dimensões, criei o primeiro Romeu e Julieta de 7 eixos que transportava até 40 toneladas de carga. Foram mais de 2 anos de testes em parceria com Guerra S/A e o DNER.

Nesse período vislumbrei um novo equipamento e em 1988 nasceu o BITREM de 7 eixos o que considero a minha grande invenção. Foram anos de idas e vindas ao Rio de Janeiro onde estava sediado o antigo DNER. Os protótipos rodavam com AET – Autorização Especial de Trânsito em caráter experimental.
 
Os motoristas preenchiam diários de bordo que tinham que ser protocolados em cada posto da PRF que passavam e posteriormente eram enviados para os engenheiros do DEST – Divisão de Engenharia e Segurança de Trânsito, que fazia parte do DNER, com anotações sobre desgaste de pneus e peças dos semi-reboques acompanhadas de fotos e filmagens. Estes engenheiros vinham a Caxias do Sul anualmente para fiscalizarem de perto os veículos. Somente em 1991 os fabricantes estavam autorizados a iniciar a comercialização para demais transportadores. Foram 3 anos de testes.
 
Em 2000, patenteei pela primeira vez uma invenção minha, o DOLLY com Quinta Roda para RODOTREM de 9 eixos, o que tornou o veículo mais seguro, com melhor manobrabilidade e mais estável na pista.

Todas esses produtos foram criados por mim porque também nos anos 80, minha empresa foi uma das pioneiras a trabalhar no MT e MS no transporte de grãos. Neste época o agronegócio amargava prejuízo nessas regiões, com apodrecimento dos grãos nos silos por falta de transporte em tempo hábil até as fábricas ou terminais portuários. No início chegamos por lá com Carretas LS, logo inserimos Terceiro Eixo nos cavalos tratores, depois criamos o Romeu e Julieta de 7 eixos que nos fez chegar ao Bitrem e nos anos 90 o Rodotrem, e toda essa evolução já citada anteriormente, foi muito importante para o escoamento das grandes safras e consequentemente contribuiu para o sucesso do agronegócio.

Em 2011, iniciei os testes da Carreta 4 Eixos com o 1. Eixo Auto Direcional com Bolsas Pneumáticas e os 3 Eixos em Tandem. Patenteei a invenção junto ao INPI em parceria com a Guerra S/A que fabricou os quatro protótipos que possuo. Emplaquei no DETRAN/RS as quatro Carretas 4 eixos com Nota Fiscal de fábrica e estávamos aguardando posicionamento do DENATRAN sobre a autorização para produção.
 
Se faz justo esclarecer que por anos fiz parte da Câmara Temática de Assuntos Veiculares do CONTRAN, e por lá todos sabem da minha postura sobre tecnologia de transporte rodoviário de cargas e todas as etapas necessárias para consolidação de novas invenções no mercado.

Sempre primei por segurança aliada ao desempenho do cavalo-trator, eficiência do serviço de transporte e principalmente segurança do motorista e da rodovia.

A carreta de 4 Eixos não é a vilã da história como a reportagem tendenciosa deu a entender no domingo. Os grandes vilões da história são os atravessadores de sempre que querem atropelar etapas, fazendo verdadeiras “gambiarras” e pagando propina para legalizar o emplacamento dos veículos.

Jamais fui contatado por essas pessoas sobre os testes que estava realizando. Existem especificações que devem ser respeitadas neste semirreboque:

  • Distância entre eixos
  • Tipo do eixo auto direcional
  • Tipo da bolsa pneumática
  • Montagem adequada
  • Comprimento total do veículo que não deve ultrapassas 17,50 metros
  • E demais itens que comprometem a segurança do veículo.

Ouvi muitas inverdades na reportagem que desqualificam o implemento que são facilmente desbancadas por quem é engenheiro de verdade e queira olhar os meus protótipos rodando.

Aguardemos os próximos capítulos e espero sinceramente que o Ministro Tarcísio da Infraestrutura nos conceda uma reunião que será esclarecedora sobre o veículo em questão.
 
Dirceo Sironi
Transportadora Sobre Rodas Ltda
Caxias do Sul – RS

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