Transporte e içamento de equipamentos de grande porte exigiram complexa operação e planos de engenharia e sinalizam retomada de investimentos em infraestrutura
A distância entre Fortaleza de Minas, quase na fronteira com o território paulista, e Mauá, na Grande São Paulo, é de 416 quilômetros. Demorar 28 dias para percorrer tal percurso pode parecer muito tempo, mas não quando se está transportando dois enormes tanques de estocagem (cada um deles pesando 105 toneladas, com 34,8 metros de comprimento e 4.820 de diâmetro) e 24 vaporizadores, com seus respectivos acessórios. Somando os tanques e o conjunto transportador, o peso bruto total é de 200 toneladas e o comprimento é superior 50 metros.
"Por isso, ao entregarmos a carga no município de Mauá, comemoramos o êxito da operação e o sucesso de um projeto de equipe bem-sucedido, vencendo todas as barreiras que ainda existem em nossas rodovias, cumprindo com o prazo programado ao cliente e superando as suas e as nossas expectativas, salienta Ricardo Teixeira, diretor de Transporte da Locar Guindastes e Transportes Especiais, que realizou o inusitado frete para seu cliente Air Liquide Brasil, uma das maiores fornecedoras de gases, tecnologias e serviços para a área industrial e medicinal no País.
O diretor explica que "o transporte de equipamentos de tamanha dimensão é de extrema complexidade e envolve numerosos desafios, principalmente os relacionados ao prazo demandado pelo cliente e de garantia de segurança dos profissionais envolvidos, bem como a integridade das peças". Todo o cuidado também foi tomado no tocante à utilização das rodovias, evitando-se transtornos e riscos para motoristas de automóveis, ônibus e caminhões convencionais.
"Convencional, aliás, é um termo que não se aplica, nem de longe, aos veículos disponibilizados pela Locar para transportar os grandes tanques", observa Teixeira, descrevendo: "Nessa operação, usamos, para um dos equipamentos, um cavalo Mercedes Benz 3850A 6x6, um Volvo FH 540, 20 linhas de eixo Goldhofer e mais duas plataformas de extensão".
Para colocar tudo isso em Fortaleza de Minas sobre os veículos especiais de transporte e descarregar em Mauá, foram necessárias complexas operações de içamento, com duração total de 10 dias. Utilizaram-se três gigantes: um guindaste de 220 toneladas; um de 500 toneladas; e outro de 25 toneladas. Na cidade mineira, além dos dois tanques de estocagem transportados, içaram-se outros três equipamentos similares, sendo um deles de 96 toneladas, com 34,75m de comprimento e 5,3 de largura.
Desafios vencidos
Ricardo Teixeira revela que foram necessários detalhados estudos de engenharia para viabilizar a operação no prazo demandado pelo cliente. Um dos aspectos mais importantes refere-se às subcontratações de terceiros para a execução de Laudo de Produção (LP), Laudo do Solo, fabricação dos berços e aquisição de proteção para os vaporizadores.
Para garantir o sucesso da operação, diversas instituições foram mobilizadas para a realização do transporte, como a Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais, Policia Rodoviária Federal, Polícia Militar Rodoviária de São Paulo e concessionárias de rodovias (Autopista Fernão Dias, Nova Dutra, SP MAR, DER de MG e SP). "Participação e apoio de todos foi eficaz e sinérgica", ressalta o diretor de transportes da Locar.
Retomada do mercado
De acordo com José Henrique Bravo Alves, vice-presidente da Locar, o transporte e içamento contratados pela Air Liquide Brasil são um exemplo de que há leve retomada no mercado, após anos de retração. "Ainda que o avanço seja gradual, precisamos ser otimistas, pois as consultas por serviços começam a voltar e a movimentar fornecedores do setor de infraestrutura, tanto no Brasil como no exterior".
Esse reaquecimento deverá impulsionar novos investimentos na empresa e, assim, viabilizar os projetos de ampliação freados devido à crise. "A demanda por equipamentos e serviços já é sentida por quem trabalha com construção e infraestrutura. Somos um país novo, com muito a edificar nessas áreas, cujos empreendimentos são de grande porte e geradores de emprego, renda e desenvolvimento", observa o executivo.
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