Depois de salto, produção de caminhões deve diminuir o ritmo

Publicado em
27 de Maio de 2013
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Saltini, da Anfavea, acredita que média mensal de 16 mil unidades é sustentável


A produção de caminhões deve encerrar maio com leve retração na comparação com o mês passado. Em abril os volumes alcançaram pico de 18,1 mil unidades, com elevação de 7% sobre março. “Foi uma recomposição dos estoques das concessionárias, que querem estar prontas para fornecer nas próximas oportunidades”, explica Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea. 

Segundo ele, a aceleração das vendas em março e abril deixou a rede desabastecida. O executivo lembra que, nesse período, houve alta na procura por extrapesados para atender a demanda da área agrícola, que terá safra recorde este ano. Os negócios foram concretizados mais no início do ano para que os caminhões entrem em operação até junho, período de transporte desta safra. 

Saltini acredita que, depois do salto do mês passado, os volumes devem se acomodar em patamar mais sustentável, em torno de 16 mil unidades mensais. Segundo ele, esse volume de produção seria capaz de atender mercado interno de cerca de 13 mil caminhões por mês e exportações próximas de três mil unidades mensais. “Não vendemos para outros países o suficiente para sustentar produção de 18 mil veículos pelo resto ano ano.” 

A expectativa é de que, se o crescimento da economia continuar estável, o ritmo do setor de caminhões vai se manter em junho apesar do aumento da taxa de financiamento pelo BNDES/Finame no mês seguinte, que passará dos atuais 3% para 4% ao ano. Ao contrário do que acontece no segmento de automóveis quando há perspectiva de elevação do IPI, o setor de caminhões não deve antecipar compras por causa da evolução dos juros. “É um aumento leve, as taxas continuarão negativas. O importante é que, como as condições já foram anunciadas até o fim do ano, o cliente tem previsibilidades”, avalia. 

O vice-presidente da Anfavea reconhece que o financiamento com taxas reduzidas não é acessível para todos os clientes. Alguns acabam não conseguindo oferecer todas as garantias e comprovações necessárias para receber o crédito, principalmente os autônomos. Para Saltini, o problema sempre existiu e não será resolvido de imediato. Ainda assim, a queda lenta da inadimplência tende a tornar os bancos menos rigorosos para liberar o financiamento.

 

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