Defasagem da gasolina cresce em junho e vai a 17%

Publicado em
15 de Julho de 2014
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A defasagem entre o preço externo do litro da gasolina e o preço praticado nas refinarias da Petrobras subiu quatro pontos percentuais e chegou a 17% em junho. O aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional no último mês, influenciado pela guerra civil em marcha no Iraque, é o principal responsável pela distância maior entre os preços internos e externos dos combustíveis derivados de petróleo, de acordo com cálculos feitos pela consultoria GO Associados.

Em maio, o levantamento feito pela consultoria apontou defasagem de 13% no preço da gasolina. O resultado de junho ficou acima do esperado pela consultoria. No fim de junho, a expectativa era que a diferença ficasse ao redor de 15% para o sexto mês do ano.

O preço de realização interna dos combustíveis é calculado com base nos preços praticados nas refinarias do Golfo do México, que abastecem o mercado da região e do Estados Unidos.

Com o aumento da defasagem em junho, a Petrobras pagou R$ 0,29 a mais no litro da gasolina do que o preço de revenda no mercado interno. Mesmo com a desvalorização da moeda americana, que passou de média de R$ 2,22, em maio, para média de R$ 2,24 em junho, o barril do petróleo do tipo WTI aumentou de US$ 102 para US$ 105. No mês passado, a estatal comprou o litro de gasolina a R$ 1,69, de acordo com a consultoria.

Também em junho, a defasagem do litro do óleo diesel teve leve crescimento e ficou em 6%. No mês anterior, a diferença negativa para a Petrobras era de 5%.

O litro do óleo diesel, muito utilizado no transporte rodoviário de carga no país, e que também sofreu a influência do aumento do preço do barril de petróleo acima da desvalorização cambial entre os meses de maio e junho, ficou em R$ 1,62 no mercado interno. A realização do litro do combustível no Golfo do México, feita a conversão, foi de R$ 1,72.

Perspectiva de quebra de produção mexe com preços do etanol

A perspectiva de quebra de produção no Centro-Sul do Brasil por conta da estiagem já está mexendo com os preços do etanol hidratado sinalizados para a entressafra, que vai de dezembro a março. Na sexta-feira, o metro cúbico do biocombustível para janeiro de 2015 fechou a R$ 1.325 na BM&FBovespa, valor 8,2% maior que a média de R$ 1.225 por metro cúbico observada em igual mês deste ano, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

A perspectiva é de que o ritmo de moagem de cana, e consequentemente da produção de etanol, diminua mais cedo neste ano, refletindo o impacto da severa estiagem em janeiro e fevereiro. Citando a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), o centro de estudos diz que ’a possibilidade de quebra de safra é uma das principais explicações dos maiores patamares apontados para a próxima entressafra’. ’O clima excessivamente seco tem preocupado produtores, devido à expressiva queda no rendimento dos canaviais que vêm sendo colhidos’, complementa.

No acumulado do ciclo 2014/15 até 1º de julho, o processamento atingiu 203 milhões de toneladas, 11% mais que em igual intervalo do ano passado, segundo a Unica. A produção de etanol atingiu 8,45 bilhões de litros no período (+10%), dos quais 4,86 bilhões de litros de hidratado e 3,59 bilhões de litros, de anidro.

A própria entidade, que representa a indústria sucroalcooleira, no entanto, alertou para a perda de rendimento nos canaviais. ’Ainda não concluímos as estatísticas referentes à produtividade agrícola de junho, mas já podemos afirmar que ao final desta safra ela deverá ficar aquém daquela inicialmente prevista, com prejuízo à oferta de cana e possível antecipação do término da moagem em várias regiões produtoras’, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, no último relatório de acompanhamento de safra da entidade.

Principal região produtora do País, o Centro-Sul pode processar até 40 milhões de toneladas a menos que as 596 milhões de toneladas de 2013/14, segundo projeções de representantes e consultorias.

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