A multinacional de logística Damco fechou contrato com a fabricante de máquinas agrícolas e de construção Case New Holland (CNH, subsidiária do grupo Fiat) para fazer o agenciamento da carga e a gestão da cadeia de abastecimento das exportações da empresa a partir do Brasil. Hoje, aproximadamente 15% da produção da CNH no país é destinada aos mercados da América do Sul, África e Ásia. Em volumes absolutos, são mais de 4,5 mil equipamentos exportados por ano pela empresa, presente em 170 países. O valor do negócio, válido por dois anos, não foi revelado.
Desde a metade deste mês, os fluxos entre a ordem de compra de uma máquina e o embarque no navio são gerenciados pela Damco, escolhida por meio de concorrência. Para tanto, a empresa destacou uma equipe que ficará baseada na unidade da CNH em Curitiba (PR), onde está localizada uma das quatro fábricas da companhia no Brasil. As outras unidades da CNH ficam em Contagem (MG), Piracicaba e Sorocaba (SP).
Os embarques dos equipamentos são feitos prioritariamente pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), em navios especializados no transporte das chamadas cargas de projeto (que não são conteinerizáveis, em razão de suas dimensões). "A coordenação dos embarques veio da necessidade de termos uma empresa que administrasse todos os fornecedores logísticos da CNH, principalmente os vários contratos com armadores, despachantes, dentre outros. Estamos falando em cerca de pelo menos 50 fornecedores diferentes", afirma a supervisora de Logística de Distribuição da companhia, Andréia Ruhmke.
No ano passado a CNH América Latina registrou receita líquida de US$ 1,9 bilhão, ante US$ 2,2 bilhões de 2008. De acordo com a executiva, neste exercício a perspectiva é de aumento dos números, mas ela não adianta projeções. "Tudo depende dos mercados da América do Sul, que são os que recebem os maiores volumes da produção no Brasil."
"Efetivamente gastamos muito tempo para entender o que o cliente precisava até oferecermos a solução. A Damco fará toda a coordenação logística desde o momento que existe a ordem de compra, passando por todo o trâmite de tarifas, documentos, empresas, transporte, armadores, visando efetivamente reduzir custo, tempo e erros", diz o diretor comercial da Damco no Brasil, Marcelo Vitorino.
O contrato com a CNH vai elevar a participação do setor de "supply chain" no faturamento da Damco no país de atuais 15% para 19%, estima Vitorino. Apesar do salto, o executivo não informa o que isso representa em números absolutos. Em relação a este ano, a projeção é de um incremento de 15% no faturamento da companhia sobre 2009, que, segundo ele, não foi um ano especialmente ruim para a empresa dada a diversificação da carteira de clientes. "O mercado está aquecido, muito nitidamente nas importações, onde a demanda é grande", afirma Vitorino. Em âmbito global, a receita líquida da multinacional de logística em 2009 foi de US$ 2 bilhões.
A Damco pertence ao grupo A.P. Moller-Maersk, holding que controla empresas dedicadas ao transporte de contêineres, óleo e gás e operação portuária. A empresa atua em 120 países por meio de 289 escritórios. Além do serviço de "supply chain", a Damco é especializada no agenciamento de carga no transporte marítimo e aéreo. No primeiro semestre, anunciou a criação de um departamento específico para carga de projeto no Brasil, segmento que está crescendo devido às obras de infraestrutura do pré-sal, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Copa do Mundo 2014 e a Olimpíada de 2016.