Quem tem carro ou contrata transporte de cargas no Rio sente o peso da violência no bolso mesmo sem ser furtado ou assaltado. Os aumentos de roubos de cargas e de automóveis levam junto os preços de fretes e seguros, que ficam mais caros.
No 1º trimestre, seguros ficaram 45,34% mais caros no Estado do Rio, segundo o IBGE - aumento mais de quatro vezes maior que a média nacional, de 10,83%.
O crescimento é quase igual ao dos roubos de carros na zona sul carioca, de 45,77% no mesmo período, de acordo com a Fenseg (Federação Nacional de Seguros Gerais). Nas zonas oeste e norte, os aumentos foram de 20% e 18%, respectivamente, enquanto no Estado todo, foi de 19%, passando de 84 para 100 automóveis roubados por dia, em média.
O risco e o crescimento dos roubos pesam: quanto mais exposto o bairro onde o dono do carro mora, mais caro o seguro.
Custo excepcional
Com aumento de 180% em quatro anos na capital, os roubos de cargas levaram as transportadoras a adicionarem oficialmente a Emex (Taxa de Emergência Excepcional) para entregas em áreas de risco, como próximas a vias expressas e a locais dominados por tráfico ou milícias, tais quais as saídas da av. Brasil e da Linha Vermelha para as rodovias Presidente Dutra e Washington Luiz.
Instituída em março, a Emex aumenta, em média, em 1,5% o custo de cada produto transportado, de acordo com a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística. Ela é calculada com a cobrança de R$ 10 para cada 100 kg de carga transportada, mais um percentual de seu valor que varia entre 0,3% e 1,0% em "regiões que se encontram em estado de beligerância".
A Emex se somou à Gris (Taxa de Gerenciamento de Risco), que já era aplicada em todo o país para cobrir os gastos com a segurança.