Coronavírus deixa rastro de demissões no transporte rodoviário

Publicado em
12 de Maio de 2020
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Quase metade das empresa de transporte do Brasil fará demissões até o final desse mês. O número faz parte da Pesquisa de Impacto no Transporte – Covid-19, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte na última semana.

De acordo com a pesquisa, pelo menos 33% das empresas já tiveram que fazer demissões até o final de abril, e do total de empresas que ainda não demitiram, 18% dizem que terão que demitir até o final desse mês.

Essa pesquisa foi feita com 600 empresas dos transporte rodoviário de cargas, entre os dias 20 a 24 de abril.

As demissões só não são maiores porque foram criadas alternativas, como a medida provisória n.º 936/2020, que prevê a possibilidade de suspensão temporária dos contratos de trabalho e de redução da carga horária com proporcional redução de salário.

Para evitar cortes no quadro de funcionários, 47,5% das empresas já suspenderam ou vão suspender temporariamente os contratos de trabalho até o final desse mês.

“Apesar de entender a importância das medidas já adotadas para reduzir os impactos da crise, os transportadores acreditam na necessidade da aplicação de medidas de apoio mais consistentes. É fundamental que essas medidas sejam aplicadas a todas as empresas, independentemente de seu porte. Só assim será possível assegurar empregos e manter a operação dos serviços de transporte, essenciais para o abastecimento do país”, destaca Vander Costa, presidente da Confederação Nacional do Transporte.

Fora do Brasil

Por se tratar de uma crise global, a pandemia do Coronavírus também complica a vida dos transportadores em outros países.

O U.S. Department of Labor, o ministério do trabalho dos Estados Unidos, mostrou dados preocupantes quanto ao impacto da crise do Coronavírus no setor de transportes do país.

Segundo um relatório divulgado no último dia 08 de maio, cerca de 88.300 caminhoneiros foram demitidos no país até o final de abril. O número é de 6% do total de trabalhadores no transporte no país.

No total, a indústria de transportes, logística e armazenagem demitiu mais de 580 mil trabalhadores. A taxa de desemprego geral nos Estados Unidos subiu de 10,4% para 14,7% em abril.

O número de demissões de caminhoneiros nos Estados Unidos está superando o número de vagas em aberto que o país tinha até o início deste ano. Levantamentos de entidades norte americanas falavam em 80 a 100 mil vagas em aberto para caminhoneiros, em uma economia que vinha crescendo de forma muito sólida.

Melhoria

Apesar do número de demissões e das dificuldades impostas pelo Coronavírus ao mundo, espera-se ainda para esse ano uma recuperação de todos os setores da economia, seguindo os passos da China. Após o surto do Covid-19 no país ter passado, a economia voltou a crescer de forma acelerada.

Em outros países, como Brasil e Estados Unidos, o afrouxamento das regras da quarentena já traz um alento às empresas e trabalhadores, com um aquecimento gradual da economia, que praticamente foi travada no final de março e no mês de abril.

De acordo com dados de pesquisa divulgada pelo Departamento de Custos Operacionais da NTC&Logística (DECOPE), a demanda pelo transporte rodoviário vem melhorando na última semana. A pesquisa, que acompanha centenas de empresas de transporte, diz que a demanda do transporte está em 58,5% do normal, antes da pandemia.

A queda chegou a 44,8% no volume de cargas movimentadas no final de abril.

“Os números nos mostram que logo voltaremos a normalidade, e é o que o transportador espera, para manter suas empresas funcionando e continuar abastecendo a sociedade”, diz o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio.

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