Enquanto na América Latina persiste o problema da corrupção envolvendo certos atores públicos e privados em certos contextos de projetos de infraestrutura, na Europa duas grandes associações do setor estão mobilizando suas capacidades de intervenção pública para exigir mais moralidade na construção.
A FIEC (Federação Europeia da Industria da Construção) e a EIC (Internacional Europeia de Empreiteiras) estão exigindo “reciprocidade moral e organizacional”. De acordo com estas duas organizações, ao defender os interesses das firmas de construção em seu continente, estão atuando contra o suborno e por políticas contra a corrupção em obras públicas em nível mundial.
As associações europeias estão se colocando publicamente em função do encontro final de um comitê da International Standard Organization (ISO) que está encarregado de projetar e propor um sistema de gestão internacional contra o pagamento de subornos na construção (ISO 37001)
O encontro final deste comitê será no México este mês. Para o representante da construtora sueca NCC, Per Nielsen, “se por definição a corrupção e o suborno precisam de pelo menos duas partes que concordam a respeito, todos estes esforços não atingiriam seus objetivos se as medidas como a futura padronização ISO não vierem a ser cumpridas por todos os agentes, tanto públicos como privados”.
Per Nielsen também afirmou: “Seria lógico que as instituições financeiras internacionais tenham também a certificação ISO 37001 em seus anúncios de fundos e investimentos, exigindo também que os órgãos licitantes também requeiram dos postulantes em suas licitações a certificação ISO 37001”.
Definitivamente, o setor de construção e os ministérios, órgãos e bancos públicos latino-americanos devem se inteirar desta discussão para melhorar as práticas da indústria e gerar mais avanço econômico e social sem os traumas como o que agora se vive no Brasil, por exemplo.