Ele deve ser construído até 2019 na região de Água Doce. Até 2020, outros complexos semelhantes devem surgir no Sul e na Serra de SC.
Um complexo eólico na região de Água Doce, no Oeste do estado, obra prevista para ficar pronta até 2019, deverá produzir energia suficiente para 1,2 milhão de pessoas. Até 2020, outros complexos semelhantes devem ser feitos também no Sul e na Serra de Santa Catarina, como mostrou o Jornal do Almoço desta quinta-feira (23).
Audiência pública e licença ambiental
Chamado Complexo Eólico do Contestado, o empreendimento será erguido por uma empresa privada e prevê 12 parques com 105 hélices. O custo da obra é orçado em quase R$ 2 bilhões. Na fase de construção, o complexo deve gerar pelo menos 3 mil empregos.
O complexo vai ocupar uma área equivalente a 7 mil campos de futebol. O estudo de viabilidade e o diagnóstico ambiental estão prontos. Agora, a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) vai analisar informações sobre o impacto para a vegetação e os animais, como pássaros. Só então a licença ambiental poderá ser liberada.
Na noite de quarta (22), houve uma audiência pública sobre o complexo. "A gente iniciou em 2012 o projeto e, com a audiência pública, a gente está na fase final do licenciamento ambiental. A expectativa é que a gente tenha o início da construção dentro de 2018, 2019", afirmou o diretor do complexo, Rodrigo dos Santos.
Energia eólica em Água Doce
Água Doce já tem estrutura para energia eólica. Na cidade, é possível encontrar as grandes hélices movidas pela força do vento. Atualmente, 20% da arrecadação do município vêm da energia eólica. Esse novo tipo de investimento tem ajudado a transformar a vocação do município, que sempre dependeu da agricultura.
As primeiras torres foram instaladas em 2002. Atualmente são 109, que produzem energia suficiente para abastecer uma cidade de 600 mil habitantes.
Energia eólica em SC
A energia eólica tem baixo impacto ambiental. Os agricultores recebem um aluguel pelo terreno onde as torres são instaladas e conseguem manter suas atividades. Dos 457 complexos eólicos em funcionamento no Brasil, dois ficam em Santa Catarina - em Água Doce e Bom Jardim da Serra, na Serra.
Para o geógrafo Paulo Leal, o estado ainda pode ter bem mais complexos: "O potencial instalado é muito baixo ainda. Nós começamos recentemente. Por exemplo, o Rio Grande do Norte produz 10 vezes o que nós estamos produzindo, ou 20 vezes mais, de tantos parques que tem lá. Então, nós temos um potencial muito grande a ser explorado. Tanto aqui nesta região [Oeste], como ainda no Sul do estado. Na região de Bom Jardim da Serra também".