Comissões incentivam o excesso de trabalho

Publicado em
06 de Agosto de 2010
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O pagamento de comissões aos caminhoneiros, costumeiramente não integra o salário assinado em carteira de trabalho, pode ser um dos principais fatores que leva esses profissionais a extrapolarem a sua jornada de trabalho. A constatação é do juiz do Trabalho, Paulo Barrionuevo, durante o Simpósio promovido pelo Ministério Público do Trabalho, na cidade de Rondonópolis.

"Os motoristas ganham sobre o frete, mas os empregadores teimam em registrar abaixo, onde, por fora, fazem o pagamento das comissões. Outra questão é a falta de pagamento das diárias. Ocorrem dois problemas com relação à diária, o não pagamento dela, embora não prevista na CLT, mas a Convenção Coletiva de Trabalho prevê, na maioria das vezes.

E, quando fazem, a empresa registra como adiantamento de salário o pagamento dessa diária, porém, quando for efetuar o pagamento do mês, desconta a diária como sendo um adiantamento, nesse caso, o empregado fica sem comprovante".

O advogado e representante da Federação dos Trabalhadores do setor, Silvio Marinho, disse que o pagamento de salário por fora é evidente.

Ele falou da preocupação dos trabalhadores em conquistar uma jornada digna de trabalho sem redução salarial. Segundo o advogado, são cinco empresas que controlam o preço do frete no Brasil. Não tem como jogar a culpa somente no empresário ou no caminhoneiro. Não tem como controlar a jornada somente do motorista empregado, e antes de enfrentar o problema da jornada, tem que ser vista a questão do motorista enfrentar a fila nas embarcadoras de cargas

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