A Polícia Civil desarticulou um esquema de desvio de combustível em que motoristas de duas carretas carregavam o tanque na distribuidora em São José do Rio Preto (SP), mas parte da carga não chegava a seu destino, em Cuiabá. A empresa desconfiou e acionou a polícia, que deverá indiciar os dois motoristas contratados pela distribuidora. Dos 35 mil litros do tanque, cerca de 3 mil eram desviados em cada viagem. A empresa, no entanto, não contabilizou os prejuízos.
Segundo o delegado Gianmarco Paccola, da Delegacia de Roubos e Furtos (Derrf) de Várzea Grande, o esquema ocorria de duas formas: com a instalação de um "chupa-cabra" para transferir combustível do caminhão-tanque contratado pela transportadora sem danificar o lacre e por meio de um compartimento falso que retinha combustível dentro do tanque. "Através desses dois meios, a carga chegava incompleta ao destino, que era a transportadora", frisou.
O delegado explicou que a suspeita de fraude partiu da transportadora, no interior de São Paulo. A empresa percebeu a falta do combustível e pediu uma vistoria nos veículos na distribuidora de Várzea Grande. Na medição real foi constatada a falta de mais de 3 mil litros. O responsável pela distribuidora, então procurou a polícia, onde registrou boletim de ocorrência.
De acordo com as investigações, as duas empresas eram lesadas em pequenas quantidades de combustível retiradas sem que fosse percebido. O delegado disse que ainda não foi levantado o montante de combustível retirado clandestinamente dos veículos e nem por quanto tempo a fraude ocorria. Gianmarco explicou que o caminhão-tanque, quando cheio, acusa o limite de 35 mil litros normalmente, mas uma pequena quantidade ia parar num fundo falso. Quando descarregava, uma parte do combustível ficava dentro do tanque e, posteriormente era revendida pelos motoristas envolvidos.
O chefe de operação da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Fernando Bezerra, adiantou que os motoristas donos dos veículos fugiram da ação policial quando perceberam a chegada dos policiais na distribuidora de Várzea Grande. Os motoristas vão responder por crime ambiental, furto e possivelmente estelionato.