Com Inovar-Auto, Cummins eleva nacionalização

Publicado em
19 de Março de 2014
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Companhia aplicará US$ 14 milhões para produzir motores leves em Guarulhos

GIOVANNA RIATO, AB

Cummins, fabricante independente de motores, busca oferecer produtos e componentes com maior conteúdo nacional. Segundo a organização, esta demanda é puxada pelas regras do Inovar-Auto. Com isso em vista, a companhia anuncia que produzirá na fábrica de Guarulhos (SP) o motor ISF nas versões 3.8 e 2.8 a partir do fim deste ano e de 2015, respectivamente. 

Os propulsores já são vendidos no Brasil, mas chegam importados da China e recebem apenas os periféricos aqui. Eles equipam micro-ônibus e caminhões leves da Agrale e da MAN. A companhia acertou ainda a entrega destes motores à Mercedes-Benz para equipar os chassis LO815. “Já temos novos contratos de fornecimento fechados que ainda não podemos divulgar”, conta Luis Afonso Pasquotto, presidente da Cummins para a América do Sul. O projeto recebe investimento de US$ 14 milhões e o executivo garante que a meta de aumentar o conteúdo regional impulsionará novos aportes. “Além dos motores, queremos oferecer aos nossos clientes mais conteúdo nacional com nossos componentes, como turbos e sistemas de pós-tratamento”, explica. 

Segundo Pasquotto, não só a fabricação local em si demanda investimentos, mas também os testes e homologações para o mercado local. Para dar conta disso a companhia aplicou US$ 8 milhões na construção de salas de testes para o desenvolvimento destes componentes. O aporte foi adicional aos US$ 50 milhões que a empresa está investindo na reforma do prédio que abriga a planta de Guarulhos (SP) e também aos US$ 90 milhões anunciados para a nova fábrica de Itatiba (SP), que será responsável pela produção de grupos geradores e por abrigar um centro de distribuição a partir de 2016. 

Pasquotto avalia como positivo o fato de o Inovar-Auto incentivar a nacionalização, mas lembra que o Brasil ainda precisa resolver problemas antigos para garantir que a indústria local se torne competitiva. “O programa acelerou o processo e a busca por componentes nacionais, mas a nossa missão é garantir competitividade ao cliente. Temos de produzir aqui o componente que é importado com preço igual e nem sempre isso é possível”, admite. O vice-presidente conta que, antes do novo regime automotivo, o foco era sempre o menor custo e a nacionalização deixava de ser uma boa opção algumas vezes.
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