Com diesel mais caro, preço do frete deve subir até 1,7%

Publicado em
31 de Janeiro de 2013
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Impacto no preço da mercadoria transportada será diluído

O reajuste de 5,4% para o preço do diesel - que entrou em vigor a partir de ontem -, deve refletir em altas de 0,53% a 1,7% no preço do frete, segundo cálculos da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).

"Acreditamos que os distribuidores vão repassar para as bombas todo aumento aplicado ao diesel, o que vai elevar o custo operacional do caminhão", diz Neuto Gonçalves dos Reis, diretor técnico da entidade que representa cerca de 3,3 mil empresas do setor de transporte.

"O impacto para a transportadora pode não ser tão significativo, mas para muitas empresas pode significar sua margem de lucro", afirma Reis. Não há prazo definido para o repasse, pois muitas transportadoras operam com contratos que estabelecem períodos para a elevação de preços.

Já o impacto no preço da mercadoria transportada será diluído. "Não deve ser um reajuste alto, mas pode sim gerar alguma inflação", prevê Reis. Os cálculos da NTC levam em conta um caminhão com capacidade de até 27 toneladas de carga. Se o percurso médio for de 50 quilômetros, o impacto no gasto com diesel será de 0,53%. Se for de 800 quilômetros, de 1,52%. Já um trajeto de 6 mil quilômetros implicará em alta de 1,7%.

Alta fica entre 3% e 5% (DIÁRIO DE CUIABÁ)

Sindicato espera que o impacto do reajuste no varejo seja menor

O sindicato que representa os postos de combustíveis em Mato Grosso (Sindipetróleo) espera que o impacto do reajuste no varejo seja menor do que o anunciado pela Petrobras, podendo ficar entre 3% e 5%. “O impacto do aumento será repassado também levando em consideração a negociação dos postos com as distribuidoras”, comentou o diretor-executivo do sindicato Nelson Soares Júnior.

O dirigente convocou ontem uma entrevista coletiva na qual explicou as conseqüências, para Mato Grosso, do reajuste de 6,6% na gasolina. Contudo, o combustível vendido nos postos é a gasolina C que contém em sua composição 20% de etanol anidro, produto derivado da cana-de-açúcar comumente de menor custo. A mesma lógica convém para o óleo diesel, reajustado nas refinarias em 6,6%, mas que nas bombas possui em sua composição 5% de biodiesel.

A concorrência entre postos também será um fator que poderá amenizar o impacto do aumento. “Se aumentar muito, as vendas, por consequência, podem diminuir muito. Estamos falando em estratégias de mercado”, disse Aldo Locatelli, presidente do Sindipetróleo, que acompanhou a coletiva.

Soares também explicou que o mercado de distribuição e de revenda de combustíveis é livre para definir seus preços conforme seus custos e compra dos produtos junto às distribuidoras.
O aumento deverá levar até três dias para chegar às bombas de gasolina, mas ontem mesmo já podia ser sentido em alguns postos, informou o diretor-executivo. "Os postos costumam ter estoque de combustível de até três dias e o repasse será sentido a partir da próxima compra junto às distribuidoras, mas há muitos postos que compram combustíveis diariamente", explicou.
Conforme explicações da própria petrolífera, o reajuste levou em consideração a política de alinhamento de preços dos derivados ao praticado no mercado internacional.

Em todo Brasil, espera-se uma alta média de 4%. "Faz muitos anos que o preço da gasolina está defasado em relação à inflação. É uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém", disse o ministro da Fazenda Guido Mantega a jornalistas em encontro com prefeitos promovido pelo governo federal.

Mantega avalia que a queda na tarifa de energia, nos juros e outras desonerações previstas para o consumidor ao longo de 2013 vão "compensar" o aumento no valor do combustível.
A Fazenda avalia que a subida nos preços dos combustíveis causará uma alta de 0,16 ponto percentual no acumulado deste ano do IPCA, o principal índice de inflação no país.

Em anos anteriores, o governo absorveu altas dos combustíveis nas refinarias da Petrobras com a extinção da cobrança da Cide (imposto federal dos combustíveis). Este ano, Mantega acredita que o consumidor tem condições de absorver esse aumento.

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