Com apenas 730 agentes da PRF, rodovias federais do RS têm defasagem de 30%

Publicado em
05 de Março de 2018
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Com apenas 730 agentes da PRF, rodovias federais do RS têm defasagem de 30%

Ministro da Segurança Pública anunciou contratação de 500 agentes por meio de concurso em todo o país. Superintendência da PRF, porém, afirma que seriam necessários mais 470 policiais no estado.

Com apenas 730 agentes da PRF, rodovias federais gaúchas têm defasagem de 30%

A falta de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) preocupa quem trafega pelas estradas federais do Rio Grande do Sul. São apenas 730 policiais para atender a todo o estado. A defasagem chega a 30%.

Há regiões onde os policiais precisam se deslocar quase 200 km para fazer a fiscalização. O novo ministro da segurança, Raul Julgmann, anunciou recentemente que deve contratar 500 policiais rodoviários para ajudar nas fiscalizações das estradas, mas ainda não se sabe quantos vão para o Rio Grande do Sul.

Conforme números da Superintendência da PRF no estado, a ajuda federal dificilmente será suficiente para acabar com o déficit. Só para as estradas federais, seriam necessários mais 470 policiais. No Rio Grande do Sul, há 19 estradas federais que representa 6,1 mil km, e muitos deles não têm fiscalização.

A defasagem de policiais é visível quando se trafega, por exemplo, na BR-293, na Metade Sul do estado. Dos 350 km entre Pelotas e Santana do Livramento, por exemplo, há apena um posto que fica em Bagé, na Região da Campanha.

Entretanto, no mesmo trecho, tem dois postos desativados, um em Dom Pedrito e outro em Pinheiro Machado. "Isso é um desperdício do nosso dinheiro", reclama o aposentado Paulo Feijó Filho.

A situação se repete também no Norte do estado. Em Carazinho também tem posto fechado. Na região Noroeste, são 495 km de estradas e apenas dois postos, em Cruz Alta e Ijuí.

Na mesma região, o último posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para quem vai em direção à Fronteira fica em Ijuí. Os agentes que trabalham lá são responsáveis por fiscalizar os trechos, que variam de 140 a 180 km até a fronteira com a Argentina. A preocupação deles é que, quando há acidentes, o deslocamento pode demorar.

"A assistência ao cidadão felizmente ainda é dada pela Brigada Militar nesses pontos até a chegada da PRF, que às vezes demora cerca de 1h30, dependendo do caso, duas horas para conseguir chegar ao local. O tempo de resposta da PRF em ocorrências nesses pontos é mais demorado com certeza", explicou o chefe da 10ª delegacia da PRF, Vilmar Keske.

Quem trafega pela BR-472 em Santa Rosa, também sente a falta de fiscalização. "É muita imprudência, é muito motorista que não obedece à sinalização, e se houvesse um posto da Polícia Rodoviária, iria inibir um pouquinho mais. A Polícia Rodoviária vem quando dá um acidente, e fica o dia todo aqui, mas isso não resolve”, reclama o motorista Hugo Machado.

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