Com 227 radares, rodovias de SP vão ganhar mais 345

Publicado em
29 de Abril de 2010
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Os motoristas que trafegam por rodovias paulistas, privatizadas ou não, terão de redobrar a atenção para evitar multas aplicadas com base na fiscalização por radares. Com 227 equipamentos hoje, as estradas de São Paulo deverão ganhar outros 345 nos próximos meses. Do novo contingente, 177 estão sendo implantados, todos em vias sob concessão -outros 168 equipamentos, exclusivos para as rodovias administradas pelo Estado, estão em licitação.

A Folha pediu para as 18 empresas que administram rodovias em SP e para o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) a localização dos novos radares, mas apenas duas concessionárias responderam.

Segundo a Rodovias do Tietê, 14 ficarão no corredor leste da rodovia Marechal Rondon e em outras cinco estradas nas regiões de Piracicaba, Botucatu e Tietê. Já a ViaRondon disse que 21 serão instalados no trecho oeste da Marechal Rondon, entre Bauru e Castilho.

"Fiscalização é necessária", diz especialista  
 
O professor da área de transportes da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, Carlos Alberto Bandeira Guimarães, 52, diz que as fiscalizações de velocidade por meio de radares são necessárias para a redução de acidentes.

"Só leva multa quem não presta atenção nos avisos, que são obrigatórios aqui no Brasil. Tem de ter fiscalização, faz parte da gestão do tráfego", afirma Guimarães.

O especialista explica ainda que a engenharia de tráfego se baseia em um tripé que, se respeitado, garante maior segurança no trânsito. "Um é a engenharia, pois garante melhorias nas condições das pistas. Os outros dois são a educação no trânsito, com faixas e campanhas, e a fiscalização, na qual se inclui o radar de controle de velocidade."

De acordo com ele, estudos na área indicam que a instalação de radares de controle de velocidade contribui para a redução de índices de acidentes.

As concessionárias, o DER e a Polícia Militar Rodoviária são responsáveis por determinar, em conjunto, os locais de colocação dos radares, de acordo com a incidência de acidentes. Segundo o DER, são levados em consideração critérios como "volume de veículos, peculiaridade da pista, características geométricas e pontos com alto índice de acidentes".

Concessionárias disseram que a instalação de radares visa a redução de acidentes em pontos considerados perigosos. Elas também alegam que, desde 2007, ao menos 25 estradas foram privatizadas e, por isso, começam a receber os radares.

Multas - Levantamento do DER feito a pedido da Folha apontou que quase 10 milhões de multas foram aplicadas por meio de radares nos últimos três anos -tanto nas privatizadas quanto nas rodovias do Estado.

O número equivale a quase metade da frota de veículos do Estado, que é de 19,13 milhões (a maior do país). Dessas multas, cerca de 70% foram aplicadas por excesso de velocidade, segundo a Secretaria de Estado dos Transportes. Entre os 30% restantes, estão infrações como trafegar no acostamento.

O órgão não divulgou o valor arrecadado com os radares -informou não ser "possível o levantamento, já que nem todas as multas se transformam em arrecadação". A secretaria não soube informar quantas multas foram pagas. Do total arrecadado, 95% ficam com o Estado e 5% são repassados ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). O dinheiro deve ser aplicado em programas de educação no trânsito e na aquisição de equipamentos, por exemplo. As concessionárias e os fabricantes dos radares nada recebem da receita com multas.

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