CNI revê previsão de alta do PIB para 7,5%

Publicado em
08 de Outubro de 2010
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou ontem para cima sua projeção de crescimento do PIB para este ano, passando de 7,2% para 7,5%. No entanto, o Informe Conjuntural do terceiro trimestre manteve em 12,3% a taxa esperada de expansão do PIB industrial em 2010, assim como o crescimento de 24,5% na Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos e ampliação do parque produtivo).

Apesar da elevação da estimativa de crescimento do PIB, a valorização do câmbio impedirá um crescimento ainda maior da produção industrial, na avaliação do gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. ’A economia continua crescendo tendo a demanda doméstica como seu motor principal, mas a produção não tem acompanhado o mesmo ritmo, porque o cambio valorizado faz com que haja um vazamento parcial, mas cada vez mais expressivo, dessa demanda para fora do país, por meio das importações’, avaliou.

Para o economista, a taxa de câmbio, cuja projeção para a média de dezembro foi revisada de R$ 1,79 para R$ 1,70, é a maior vilã para a competitividade da indústria, limitando seu crescimento. ’O real valorizado é uma ameaça para tamanho da indústria na economia brasileira. Se a nossa demanda cresce a ritmo chinês, o produto não cresce na mesma proporção porque é inibido pelo câmbio, que prejudica a competitividade das nossa mercadorias’, completou.

Segundo Castelo Branco, embora a expansão de 12,3% este ano - se confirmada - seja recorde para a indústria, o crescimento ocorre sobre uma base deprimida de comparação, devido à crise financeira internacional. ’Parte desse crescimento de dois dígitos é uma devolução da queda de quase 5% do ano passado. É um recorde matemático, mas não é um recorde econômico’, considerou.

Castelo Branco também ressaltou que os gastos públicos desaceleraram o ritmo de crescimento, mas ainda continuam expressivos e, por isso, o governo não conseguiria atingir a meta fiscal sem o uso de engenharias financeiras.

De acordo com o documento da CNI, o superávit primário em 2010 sem uso de artifícios contábeis deve ficar em 2,35% do PIB, bem abaixo dos 3,3% da meta cheia. ’Quando a meta era mais estrita, servia de parâmetro. Mas, com tanta flexibilização, o resultado acaba tendo pouco impacto como referência da política fiscal’, concluiu.

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