De acordo com a FIEC, a exploração total do potencial eólico do Estado representaria investimentos de R$ 400 bilhões, além da criação de cerca de 1,2 milhões de empregos
A Vestas, maior fabricante mundial de geradores eólicos, disponibilizou dados preliminares do estudo “Relatório Especial SiteHunt® – O Estado do Ceará, Brasil”. O relatório traz resultados da análise dos ventos obtidos por meio do SiteHunt, software que pode fornecer desde uma visão geral do recurso de vento em um continente, país ou região até o layout de uma usina eólica em determinada localidade. O sistema foi desenvolvido pela própria Vestas, que também possui uma fábrica de aerogeradores no Ceará.
Mapa de recurso de vento do Estado do Ceará, com base na velocidade média do vento de 15 anos a 95 m acima do solo em resolução de 1 km.
Os resultados obtidos para o Ceará são de grande relevância, demonstrando que o estado possui condições excepcionais para a geração de energia eólica: ventos constantes, bem direcionados, com alto índice de aproveitamento e bem distribuídos na área geográfica.
Os dados apresentados na tabela a seguir, por exemplo, mostram excelentes potenciais eólicos, mesmo sem incluir o potencial offshore e as áreas com restrições ambientais.
Potencial eólico para faixas de velocidade de vento, Ceara.
A partir desses dados, é possível concluir que o estado do Ceará dispõe de 80GW de potencial eólico acumulado, em velocidades superiores a 7,0 m/s. Nesse patamar o potencial eólico se torna mais atrativo economicamente. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), a exploração total desse potencial representaria investimentos de R$ 400 bilhões, além da criação de cerca de 1,2 milhões de empregos.
“Esse enorme potencial influenciou na escolha do Ceará para sediar nossa unidade industrial no Brasil”, afirmou Adriano Barros, Diretor Institucional da Vestas. Já o Presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Estado, Jurandir Picanço, destacou que, desse potencial, apenas 3% (2,6GW) já estão em operação ou contratados.
O Ceará descobriu essa vocação no final da década de 1990 e tornou-se pioneiro no estímulo à geração de energia eólica no Brasil, com a implantação dos primeiros parques comerciais. Atualmente, o Governo do Estado, através da SDE/ADECE, em conjunto com a FIEC, está implementando uma agenda para a retomada do desenvolvimento da cadeia produtiva de energia eólica.