CCR pode assinar aditivos de até R$ 3 bi

Publicado em
17 de Maio de 2013
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Ao mesmo tempo em que prepara novos leilões no setor, o governo federal entrou em fase final de negociação de investimentos bilionários a serem feitos por atuais concessionárias de rodovias. Os primeiros anúncios devem ocorrer já nos próximos meses.

Só na CCR, há R$ 3 bilhões de investimentos a serem agregados em seu atual portfólio de rodovias federais. A concessão que exige aportes mais altos é a CCR NovaDutra, que administra a rodovia Presidente Dutra, ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro. Para atender ao crescimento da demanda, a rodovia precisa de mais obras - como faixas adicionais no trecho da Serra das Araras. Os novos investimentos na Dutra demandariam R$ 2,5 bilhões.

Outra concessão com aditivos prestes a serem contratados com o grupo CCR é a da Ponte Rio-Niterói, cujo contrato terminaria em 2015. Os novos investimentos ficarão entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões, segundo Flávia Godoy, da equipe de relações com investidores da CCR - que falou em teleconferência com analistas sobre os resultados da empresa no primeiro trimestre.

Para contratar novos investimentos das empresas - que não estavam previstos nos contratos originais -, o governo precisa fazer o reequilíbrio econômico-financeiro. As opções mais comuns são aumento da tarifa ou prorrogação do prazo de concessão, sendo que esta última é preferida pelo poder público (aumentar pedágio é visto como impopular).

A negociação entre empresas de rodovia e governo federal se arrasta há tempos. As concessões passaram às mãos da iniciativa privada na primeira fase de concessões do segmento, nos anos 1990. As taxas de retorno ficaram altas devido ao momento da economia à época, mais instável e menos seguro para investimentos. Dependendo do caso, a taxa de retorno de projeto chegava perto de 20%, segundo o governo - sendo que as mais recentes ficam em torno de 10%.

Por isso, o Planalto queria estabelecer nova remuneração, mais baixa, para os investimentos adicionais nessas concessões - algo com que as empresas concordavam, embora o valor exato vinha sendo discutido. Segundo Flávia, da CCR, a taxa de retorno dos aditivos ficará próxima de 8%.

Depois da CCR, a que mais pode contratar aditivos é a Arteris (ex- OHL Brasil). O montante de investimentos "extras" em negociação pela companhia pode chegar a R$ 2 bilhões. Também estão em negociações com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a EcoRodovias e a Triunfo Participações e Investimentos (TPI).

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