Carvão pode deixar de ser considerado carga perigosa

Publicado em
03 de Dezembro de 2010
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O SindCARV (Sindicato das Indústrias e dos Produtores de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul) promove na próxima segunda-feira, 6, um Seminário do Carvão para discutir "o mito da combustão espontânea", no auditório do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), localizado na rua Desembargador Leão Neto do Carmo.

O objetivo do evento é mostrar aos órgãos competentes, que estarão participando do Seminário, que o carvão não pode ser considerado como carga perigosa porque não oferece riscos aos usuários das rodovias federais, estaduais e municipais, nem tão pouco ao meio ambiente, quando transportados para o seu destino final em caminhões ou outros meios de transporte.

A Superintendência de Serviços de Transporte de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fundamentou uma nota técnica em março desse ano esclarecendo que o produto não é considerado perigoso para transporte. Entretanto, apenas o Rio Grande do Sul acatou a medida.

Agora, Mato Grosso do Sul pode ser o segundo Estado a desclassificar o carvão como produto perigoso e de combustão espontânea. "Na verdade não queremos que o transporte seja revisto apenas em Mato Grosso do Sul, mas também no Brasil inteiro. A nota da ANTT mostra que o carvão não é classificado como carga perigosa a partir dos ensaios técnicos e científicos realizados pela CIENTEC, por isso as exigências devem mudar", explica o presidente do SindiCARV, Marcos Brito.

Durante o evento, a Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC), vinculada à Secretaria da Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, irá apresentar os estudos realizados com o carvão no Estado que comprovaram que o produto não apresenta riscos ao transporte. "Caso as autoridades não sejam convencidas. A Fundação poderá levar algumas amostras do carvão de Mato Grosso do Sul para o laboratório para provar que a combustão espontânea é um mito", ressalta Marcos Brito.

Representantes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), PRE (Polícia Rodoviária Estadual), PMA (Polícia Militar Ambiental), MPE (Ministério Público Estadual) e MPF (Ministério Público Federal) devem participar do evento, além do governador André Puccinelli e dos deputados estaduais de Mato Grosso do Sul. O diretor da ANTT, também estará presente no evento.

Transporte

Atualmente, o carvão é considerado como produto perigoso. Por isso, para fazer o transporte do produto é necessário cumprir com uma série de exigências. Algumas das obrigações é o uso de cones, placas refletoras, fitas refletoras, extintores, lanternas especiais, enxada, pá, capacete, luvas, óculos de proteção, etc.

Serviço como esse está em falta no mercado. De acordo, como o presidente do SindiCARV, além do transporte de cargas perigosas ser até 30% mais caro, a dificuldade de encontrar esse serviço está prejudicando os produtores. "Existe muita burocracia para se transportar o carvão atualmente, por isso, muitas pessoas tem dificuldades para o escoamento da produção, encarecendo o custo final do produto. Na maioria das vezes o produtor tem que utilizar o dobro de caminhões para abastecer uma Siderúrgica, pelo fato de não poder contar com o caminhão de retorno, já que esse não possui os EPIs, assim como a Licença para o Transporte de Cargas Perigosas".

O Painel Florestal, responsável pela organização do evento, fará transmissão AO VIVO do Seminário pelo portal: www.painelflorestal.com.br.

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