Cargas perigosas devem ser proibidas na SC 418

Publicado em
10 de Fevereiro de 2015
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Uma das principais ligações de Joinville com o Planalto Norte Catarinense, a Estrada Dona Francisca, na SC 418, deve ser fechada imediatamente para a circulação de caminhões que transportam cargas perigosas. A proposta foi defendida ontem, dia 9, pelo secretário do Meio Ambiente e presidente do Conselho Gestor da Área de Preservação Ambiental Dona Francisca, Juarez Tirelli.

“Estamos falando da proteção do rio Cubatão, que abastece 70% de Joinville” reforçou Tirelli em reunião com representantes de empresas distribuidoras de combustíveis, sindicatos de postos e transportadores, do Governo do Estado (Fatma, Polícia Militar, Secretaria de Desenvolvimento Regional, Defesa Civil) e Companhia Águas de Joinville.

Segundo Tirelli, qualquer acidente com carga perigosa que atinja o rio e a Estação de Tratamento pode deixar uma população superior a 500 mil habitantes sem água por até seis meses. O secretário citou como exemplos dois acidentes ocorridos em janeiro com óleo de xisto e óleo diesel, cujas cargas foram contidas a tempo. Ele explicou que, por se tratar de uma Área de Preservação Ambiental (APA), a Prefeitura pode determinar a proibição por decreto com efeito imediato. Pelo Governo do Estado, caberia ao Deinfra (Departamento do Infraestrutura) a sinalização é à Polícia Militar Rodoviária a fiscalização.

Segundo o diretor técnico da Companhia Águas de Joinville, Dieter Neermann, a ETA do rio Cubatão dispõe, em sua unidade de captação, de 16 filtros e 16 floculadores, porém não foi concebida para enfrentar poluição por produtos químicos. “Em uma situação desse tipo, seriam necessários de 30 a 60 dias para resolver o problema”, avaliou. Nessa estação são tratados por dia 140 mil metros cúbicos de água para 70% da população de Joinville.

Representantes dos transportadores e postos de combustíveis chegaram a propor uma solução intermediária, com proibição apenas para a descida de caminhões pela Estrada Dona Francisca, pois é neste sentido que ocorrem os acidentes. “Nossa proposta é eliminar totalmente a circulação desse tipo de carga”, reforçou Tirelli.

A rota alternativa seria a BR 280. Representantes de sindicatos e distribuidores cogitaram da possibilidade de haver desabastecimento em algumas cidades do Planalto Norte e de estabelecimentos menores como hotéis.

O encaminhamento final da reunião foi propor aos representantes de órgãos públicos e empresas de transporte de combustíveis de aprofundarem a discussão internamente e manterem o canal aberto com a Secretaria do Meio Ambiente diretamente com o secretário Juarez Tirelli. “Queremos uma solução que atenda o interesse de todos, principalmente os mais de 500 mil habitantes de Joinville”, reforçou Tirelli.

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