Caminhoneiros estimam prejuízos de até R$ 20 mil com interdição na BR-174

Publicado em
07 de Março de 2014
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Caminhoneiros e demais motoristas aguardam o trecho ser liberado para seguirem viagem – foto: Ive Rylo

Caminhoneiros e demais motoristas aguardam o trecho ser liberado para seguirem viagem – foto: Ive Rylo

O questionamento diário feito por caminhoneiros e agricultores de Roraima que assistem ao gradativo perecimento da carga, enquanto aguardam a liberação da rodovia federal BR-174, é “quem irá arcar com o prejuízo?”.

A estrada está obstruída após o desmoronamento do trecho no quilômetro 58, desde o último domingo (2). Em torno de 40 caminhoneiros aguardam a liberação da pista e estimam que a média do prejuízo seja de R$ 20 mil por carga. Com a obstrução da estrada, toneladas de banana, peixe, melancia e flores deterioram-se e deixam o mercado desabastecido.


Com 800 caixas de banana armazenadas no caminhão - produzida no município de Caroebe, no sudeste de Roraima - o caminhoneiro Rosemiro Bolineri Tejado, 28, estima prejuízos na faixa de R$ 12 mil. “A situação está crítica. Se demorar mais um pouco vou ter perda total. Desde domingo estamos aqui e ninguém diz nada. Se eles não aprontarem, vamos jogar a carga no meio da estrada e ir embora”, disse.


Ele aguarda desde domingo a solução da travessia ao lado da mulher e do filho pequeno. “Estamos sem água, sem comida, sem tomar banho. Ato a rede embaixo do caminhão para meu filho e minha esposa dormir. Hoje (ontem) que um amigo disse que pagaria hotel para eles em Manaus e eles vão para lá, porque aqui não tem condições”, afirmou.


Estimado em aproximadamente R$ 15 mil é o prejuízo do caminhoneiro e presidente de uma cooperativa de agricultores em Boa Vista, Almir Alencar, 57, que acredita ter perdido toda a banana. “Vamos fazer uma nota de repúdio contra a PRF e o Dnit que não ajudam em nada e não liberam o tráfego”, disse.


As 570 caixas de bananas transportadas por Geneval Luan, 20, também não resistiram à parada forçada na estrada. Ele apontou que o desmoronamento já era previsto, por conta da falta de manutenção na rodovia.  


Com o carro cheio de flores, vindas de Holambra (SP), a florista Gerlane Cavalcante, 36, contabiliza uma perda de R$ 15 mil. “Estou aqui desorientada. Vim porque saiu no jornal que carro pequeno poderia passar, mas quando chego aqui está tudo interditado. Se demorarem muito a liberar, nem vai adiantar seguirmos viagem, porque 18h a reserva indígena fecha a estrada e não tem como passar. O jeito vai ser trabalhar para pagar o fornecedor, que tem que receber”, analisou.


Exército
Ontem (5), 120 soldados do 6º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC) de Roraima trabalharam na implantação de uma ponte de ferro no trecho da BR que desmoronou. A estrutura tem 30 metros de cumprimento por 3 de largura e suporta até 12 toneladas por eixo.


“Foi nos passado a missão, na segunda-feira às 14h, para lançarmos uma ponte na BR 174, na faixa intransitável. Quando chegamos ao local, não tivemos acesso à área afetada porque a estrada estava interditada por caminhoneiros. Com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) tivemos acesso ao local. A previsão é de que em seis horas a ponte seja implantada”, disse o coronel.


Ele explicou que o trecho teve que ser totalmente interditado pelo risco de novo desmoronamento, mas havia a possibilidade do tráfego ser liberado no final da tarde de ontem. Segundo Filgueiras, as medidas da estrutura montada na rodovia oportunizarão a passagem de um carro por vez, logo o fluxo dos dois sentidos terá que ser alternado.
Já os agentes da PRF informaram que não há previsão para liberação da estrada.

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